"Na noite da última quarta-feira europeia abateu-se sobre Lisboa um dilúvio: uma precipitação de 85 mm por metro quadrado fez com que na cidade chovesse mais, naquele dia e naquela hora, que em todo o mês de Outubro até aquele dia.
Na Luz, jogava-se uma partida dramática, com os visitantes gregos a vencerem, por 1-0, e a bola a deixar de correr no relvado depois do intervalo. Foi então que uma equipa despertou e se ergueu contra a adversidade do resultado, do temporal e de si própria. E, no momento certo, quando a bola sobrevoou e passou a muralha da baliza grega, lá estava o pé de Óscar Cardozo para meter o pé e fazer o golo.
Naquela noite, Óscar Cardozo, o Tacuara, confirmou-se não apenas como o goleador de excepção - apesar de toda a impaciência dos benfiquistas quando ele falha -, mas também como um atleta de superiores características de velocidade e resistência. Naquela noite de temporal sobre a Luz, Cardozo subiu ao quinto lugar dos futebolistas que mais quilómetros percorreram nos três jogos já disputados da Liga dos Campeões: 35,291 Km em três jogos, 11,7 Km por jogo. Esta marca é extraordinária para um jogador da sua idade (30 anos), peso (90 Kg), altura (1m 92cm) e posição atacante: todos os outros atletas dos 10 mais em Km percorridos na Champions jogam no meio-campo.
Quer isto dizer que o Tacuara acrescentou a mobilidade e a endurance às suas características físicas e técnicas de potência do remate, finalização, desmarcação e sentido da oportunidade que fazem dele o goleador que marca, arrasta os defesas, abre e procura os espaços e está nas oportunidades como só os excepcionais conseguem fazer.
Na noite do dilúvio, a verdade do Tacuara veio uma vez mais ao cimo da água. Ele estava lá.
Ainda bem que o temos no Benfica."
João Paulo Guerra, in O Benfica
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