"Dois feitos notáveis e inéditos no nosso desporto. Duas vitórias de eleição em dia de eleições. João Sousa vence o Open na longínqua Malásia, eliminando o nº 4 do ranking e outros acima dele nessa tabela dos melhores. Façanha inédita de um jovem valoroso que faz o seu caminho sem deslumbramentos perversos, sem exibicionismos feitos de tontarias, tatuagens e penteados.
Rui Costa é o campeão do Mundo em ciclismo, depois de uma Volta à França notável e de ser duplo vencedor da Volta à Suíça. Também com a serenidade dos melhores e a capacidade de trabalho e iniciativa que, discreta mas sustentadamente, vem evidenciando época após época. Pena que no hóquei em patins, onde já fomos reis e senhores, tenhamos sucumbido, de novo, numa meia-final ingrata.
Atafulhados pelo futebol jogado e por tudo o que à sua volta se consome entre gritarias, desvarios e, não raro, pouca vergonha, é refrescante para a mente e reconfortante para o espírito ver dois jovens levantarem o nosso direito ao orgulho de sermos portugueses. Como, aliás, noutros desportos bem menos mediáticos que o futebol, desde o atletismo, ao remo e canoagem ou ao judo e vela.
Mera coincidência ou não, estas históricas vitórias surgem num tempo em que, no chamado desporto-rei, ninguém se entende e (quase) todos acusam todos, numa girândola imparável de incompetência, vaidades, má-fé, truques e golpes baixos. Estes acontecimentos despertam-nos para a ideia de que, afinal, sempre há desporto para além do futebol. Desta coluna cujo nome está associado... ao futebol (pontapé-de-saída), as minhas vivas felicitações e o agradecimento a João Sousa e a Rui Costa."
Bagão Félix, in A Bola
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