"Há semanas reparei que um clube do Cazaquistão - um país asiático - quase atingia a fase de grupos da Liga dos Campeões.
No tempo da União Soviética bem se poderia afirmar que o Europa do futebol ia até aos confins da Ásia. Desmembrada a URSS, filiaram-se na UEFA a Arménia, o Azerbaijão e a Geórgia que estão na chamada e discutida Eurásia. Mas, desde 2002, também a asiática selecção cazaque foi incluída! Não foi a primeira nem a única. Basta recordar a Turquia só europeia em permilagem, bem como Israel desde 1991.
Na geografia uefeira há desde as selecções desejadas em qualquer sorteio (Malta, Liechtenstein, São Marino, Andorra) até às selecções que não correspondem a países. A situação mais antiga é a do Reino Unido que fornece quatro equipas: Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales. E que este ano tem a quinta, Gibraltar, já admitida como membro de pleno direito, o que contribui para acirrar o diferendo entre Espanha e Grã-Bretanha. Outro caso curioso é o das Ilhas Féroe, território com autonomia ligado à Dinamarca e 48.000 habitantes... Já a Gronelândia com o mesmo estatuto (e 57.000 habitantes) não está na UEFA, ainda que aí a geografia nos diga que já pertence ao continente norte-americano.
Há Estados europeus que não estão na UEFA: o Vaticano por óbvias razões e o Mónaco que joga em França... E o Kosovo por enquanto. Chipre representa apenas parte da ilha (exclui a auto-denominada Rep. Turca de Chipre do Norte).
Ainda há os candidatos a candidatos, como a Catalunha, treinada por J. Cruyff, que lá vai fazendo uns joguitos amigavelmente provocatórios.
UEFA, geografia e política: para todos os gostos!"
Bagão Félix, in A Bola
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