"Continuamos a assumir como verdade indiscutível que temos uma das melhores selecções de futebol do mundo. Já tivemos, de facto, selecções de altíssima qualidade e suficientemente equilibradas para nos darem confortantes garantias de que era pelo menos razoável aquela tão generosa quanto assídua presença no top mundial no ranking da FIFA.
A verdade - e é bom que todos tomemos consciência disso - é que, neste momento, Portugal estará no início de uma transição que pode vir a ser dolorosa.
Olhe-se com algum distanciamento e com sentido de objectividade para a última convocatória de Paulo Bento para um jogo decisivo com a Rússia. Abstraindo - o que nem sempre é fácil - a natureza da teimosia humana de que Paulo Bento não prescinde no momento da escolha, a verdade é que de vinte e cinco jogadores convocados, metade (para sermos simpáticos) não tem classe para estar numa selecção de topo.
Seria menos mau se os que sobravam se pudessem arrumar cada um num dos onze lugares diferentes da equipa. Claro que não podemos ambicionar a tal sorte. Há lugares preenchidos por jogadores de altíssimo nível, outros de nível médio e outros ainda de nível baixo, o que torna a Selecção, em si mesma, numa equipa com limitações que só o engenho do treinador, a disciplina táctica e - mais importante de tudo - a vontade de ganhar pode ultrapassar com sucesso.
Tudo piora se pensarmos que os vinte e cinco jogadores chamados pertencem a um total de dezoito clubes, o que transforma a Selecção numa Babel futebolística (tanto mais que só estão três clubes portugueses representados) e aumenta, drasticamente, o grau de dificuldade do seleccionador nacional.
Ganhar à Rússia será fundamental, mas deixou de ser uma obrigação."
Vítor Serpa, in A Bola
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