"A justiça federativa sofreu esta semana novo revés muito sério, ao ser conhecida a acusação do Ministério Público ao dirigente que terá simulado, de forma bem canhestra, o suborno de um árbitro assistente.
As conclusões são devastadoras para a FPF, que tão rápida e estranhamente tinha indultado o suspeito, em contraste com outras sentenças bem pesadas, como as recentemente aplicadas a dirigentes por declarações avulsas.
Ao jeito da insólita ingerência do presidente da FPF no castigo aplicado por outra Federação a um jogador da selecção, são cada vez mais irreprimíveis as derivas discricionárias dos titulares de cargos directivos, que se precipitam em conclusões em função da importância ou afinidade com os emblemas envolvidos.
As confusões entre administração e justiça são doenças crónicas do futebol nacional, a partir de uma intrigante falta de consideração pela jurisprudência, plasmada em critérios desiguais para situações idênticas. Por exemplo, os castigos ao Boavista e ao FC Porto no processo Apito Dourado, em que o peso específico de cada um dos prevaricadores se reflectiu nos castigos, com intransigência para os pequenos e indulgência para os poderosos, de acordo com o espírito que atravessa hoje toda a sociedade portuguesa.
Também neste caso, envolto num pesado manto de silêncio, o futebol se prepara para pagar o amadorismo dos agentes disciplinares, perante a inevitabilidade de recolocar o clube do Bessa na 1.ª Liga, com graves consequências nos planos desportivo e financeiro, que talvez só um alargamento poderá resolver. Mas não é a dificuldade de obtenção de prova contra a corrupção desportiva que pode justificar a caixa de conforto em que, com toda a ligeireza, a Federação colocou o responsável pela tentativa de assassinato de carácter de um dos seus principais árbitros."
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