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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

A saída de Jesus

"Se há treinador que tem justificado reconhecimento público pelo trabalho que tem desenvolvido esta época, é Jorge Jesus. O treinador do Benfica tem sabido estar à altura das exigências do clube, e depois de ter perdido Javi García e Witsel – dois jogadores fundamentais, na última época, nas manobras do meio-campo – soube encontrar boas soluções que para já têm conduzido o vice-campeão nacional para as vitórias que lhe garante o primeiro lugar na Liga. Vitórias com goleadas, o que tem outro impacto, e com um futebol que nunca perde de vista o espectáculo  Tivesse Jorge Jesus outra forma de estar no futebol – menos fanfarrão ou mais sóbrio, se preferirem, para lá de um melhor jogo de palavras – e o seu talento seria muito mais evidente. Mas não se pode ter tudo. A vitória, esta época, na Liga portuguesa é a sua única saída para não desbaratar o seu capital.
O que mais aprecio no seu trabalho é a forma como consegue retirar o melhor rendimento da qualidade técnica de cada um dos seus jogadores. Num plantel como o do Benfica, construído por muitos e bons jogadores – afinal o segredo do futebol está aí –, uns destacam-se pela técnica (quase todos), outros vão bem de cabeça (Cardozo, essencialmente, mas também Luisão), há aqueles que rematam bem fora da área (Lima e Bruno César, é estranho a sua pouca utilização, atendendo ao seu potencial), e ainda há outros que são rápidos nos flancos (Ola John e Salvio). E é precisamente neste capítulo que Jorge Jesus é fortíssimo, ensinando a desfrutar e a tocar, a tocar a pensar no golo, a criar e a marcar. O que tem sido muito bem assimilado pela equipa, se atendermos aos 32 golos marcados na Liga em 12 jogos, o que é muito bom. 
Jorge Jesus tem tido pois muito mérito no percurso do Benfica, não só no crescimento e na venda de jogadores como essencialmente na afirmação da equipa, mas se tudo isto é muito bonito não chega se não for acompanhado pelos títulos que lhe têm faltado. Basta lembrar que Jorge Jesus só ganhou um campeonato no Benfica e esta já é a sua quarta época, e, como todos sabemos, não é possível estar na Luz três anos seguidos sem ganhar a Liga.
Assim sendo, este é o seu ano com uma margem de erro igual a zero, o mesmo é dizer, de toda a pressão, e ele sabe bem disso. Se é para continuar ou não no Benfica só no fim é que se saberá, pois o poder de qualquer treinador depende quase em exclusivo dos resultados. Se Jorge Jesus perder a Liga é preocupante, e se a perder para o FC Porto de Vítor Pereira ainda mais preocupante será se atendermos ao seu orgulho profissional. Portanto, só lhe resta ganhar ou ganhar…"

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