Últimas indefectivações

sábado, 26 de maio de 2012

Final da Taça

"1. Esta final da Taça de Portugal, com a Académica presente, fez-me recordar a única vez em que assisti a um jogo do Benfica com o coração dividido. Foi na célebre final de 1969, que constituiu uma grande manifestação dos estudantes contra o Estado Novo. Acabou por tudo correr bem: ganhou o Benfica, foi um grande jogo no campo, uma grande manifestação nas bancadas e os jogadores das duas equipas acabaram abraçados e a trocar camisolas. O Benfica era o adversário ideal da Académica para esse jogo, pois (ao contrário do que agora querem fazer crer os seus inimigos) sempre foi o Clube português mais anti-regime. Um simples exemplo: o FC Porto inaugurou o Estádio das Antas a 28 de Maio (data de implantação do Estado Novo), enquanto o Benfica, que abriu o antigo Estádio da Luz a 1 de Dezembro (data 'neutra'), havia inaugurado o seu anterior Estádio (Campo Grande) a 5 de Outubro, data bem pouco simpática para o Estado Novo...

2. O presidente do Conselho de Arbitragem da Federação, Vítor Pereira, admitiu a presença de árbitros estrangeiros no Campeonato português. Por princípio, estaria contra. Nas actuais circunstâncias, concordo. Vítor Pereira afirma que «esta não é a geração dos 'quinhentinhos'». Gostaria de acreditar que tem razão. Mas quem (o chefe e os seus 'compinchas') esteve na origem da existência dos 'quinhentinhos', quem recebeu árbitros em casa, quem falou com eles ao telemóvel, ficou impune, continua em actividade. E o seu clube continua a ser beneficiado, enquanto os outros são prejudicados. Como podem os adeptos acreditar que tudo está diferente?

3. 'Record' de sábado passado nas páginas centrais. A propósito da passagem dos 20 anos sobre o primeiro título europeu do Barcelona, recorda-se a final de 1961, que o Benfica ganhou, por 3-2. E o texto termina com a afirmação de que 'os catalães atiraram seis bolas aos postes'. Acontece que foram três, em duas jogadas (numa delas a bola foi de um poste ao outro). É só uma 'ligeira' diferença, mas convinha que a verdade fosse respeitada..."

Arons de Carvalho, in O Benfica

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