"Triste noite de domingo em que o Benfica, em Vila do Conde, entregou definitivamente o título ao FCP. Triste pelo choro que um miúdo benfiquista apresentava nos écrans televisivos; triste pela exibição descolorida que o nosso Benfica fez; triste porque percebemos que, na segunda metade do campeonato, abrimos, nós próprios, as portas de nossa casa, para que a corja do costume pudesse fartar vilanagem.
No ano passado, todas as virgens ofendidas do jornalismo e da opinião publicada rasgaram as vestes devido à lamentável atitude do Benfica ter apagado a luz e ligado a rega, aquando da festa do clube do sr. Costa. Estranhamente, este ano, ninguém se insurgiu contra o que foi documentado, visto, revisto e transmitido por vários canais televisivos: aquando dos festejos do FCP, gritavam em uníssono, jogadores e dirigentes, cânticos sucessivos de ódio e ofensa ao Benfica e aos benfiquistas. Aquela gente festeja o ódio e o insulto. Aquela gente fomenta o que festeja. Em redor, o silêncio conivente de uma comunicação social maioritariamente amestrada.
No meio da leda mansidão dos comentários que se ouviam pela televisão – e é tão fácil atirar para debaixo do tapete de uma vitória a sujidade com que a mesma foi conseguida – surgiu uma voz dissonante: Rui Santos, na SICN. Este jornalista disse que o campeonato foi uma farsa, disse que as nomeações dos árbitros são suspeitas e pediu que se investigasse um futebolista do Marítimo que ajudou o árbitro de circunstância a ajudar o campeão de circunstância. Em redor ficou o silêncio… entrecortado pelos que, do cimo de uma varanda, festejavam, insultando o adversário. E nesse insulto, nesse momento de afirmação de uma forma de ser e estar, demonstrava-se a pequenez de quem insulta e a grandiosidade de quem era insultado… o que não deixa de ser uma fina ironia."
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