"Há muito tempo que a credibilidade do sector da arbitragem não era tão baixa. A parte final do campeonato trouxe-nos uma chuva de erros grosseiros com incidência directa em alguns resultados, além de nomeações inexplicáveis, como foi exemplo significativo a de Paulo Batista para o Marítimo-FC Porto. Daí ter-se criado um clima de inevitável suspeição, que foi naturalmente aproveitado pelos que não atingiram os seus principais objectivos.
Em Portugal, ao contrário da maioria dos países europeus, onde o futebol continua a dominar o interesse maior do povo, a arbitragem tornou-se um sector muito sensível, após terem sido conhecidos casos concretos que apontavam claramente para sinais de corrupção e de tráfico de influências. Seguiu-se, então, um período de acalmia e de recuperação da dignidade e da credibilidade dos árbitros. Porém, nos últimos tempos, as coisas pioraram. Erros difíceis de explicar à luz do simples erro humano, decisões deploráveis, como o de secretismo das análises dos delegados, silenciamento das respostas a todas as dúvidas e inquietações, aproximaram a arbitragem de um género congregação secreta, deixando demasiada margem à imaginação de cada um, desde o regresso de influências maléficas à perversão. Insistimos: é absolutamente necessário e urgente uma mudança de atitude e de comportamentos. Os árbitros têm de voltar a dar sinais claros de que o futebol pode e deve confiar neles. Primeiro, porque a grande maioria merece esse reconhecimento; depois, porque o futebol português não resistiria a um regresso a tempos de tão má memória."
Vítor Serpa, in A Bola
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