"Voltou a Liga dos Últimos! Com a mesma ideia, mas renovado e diversificado. Com o humor na dose certa e no sempre difícil compromisso entre o delicioso pormenor junto das pessoas simples e o respeito pela singeleza das suas vidas. Sem jocosidade, com personalidade. Dando provas de que o humor é um acto de inteligência. Que, por isso, não se planta. Semeia-se. Não pega de estaca. Precisa sempre de uma estufa dedicada. Como o é a Liga dos Últimos.
Um bom serviço público protagonizado saudavelmente por Álvaro Costa e Hernâni Gonçalves. Num tempo em que se anda atrás da definição do dito serviço público por via de tecnicalidades livrescas. Uns refrescantes minutos no intervalo da televisão igual à igual. Que nos dão a conhecer o que quotidianamente se omite ou esconde a não ser na busca do incidente e do mal.
Vejo este programa - relegado estupidamente para a segunda divisão do serviço público de televisão (RTP i) - e recordo-me do que, um dia, Miguel Torga escreveu: «na cidade, sou uma ficção entre ficções; na aldeia sou uma criança entre criaturas».
A cidade é aqui a overdose de programas insuportável e doentiamente parciais sobre o futebol de primeira. Sobre ficções. Que manipulam. E a aldeia reside aqui na descoberta dos esquecidos ou ignorados. Sobre criaturas. Que sonham.
Eu sei que o que conta são as audiências e o sangue de cada momento televisivo sobre os jogos de primeira.
Mas, pela minha parte, ainda gosto do futebol como «um reino de liberdade humana exercida ao ar livre», na feliz expressão de António Gramcsi. É este romantismo fora do tempo que encontro da Liga dos Últimos fora da norma. Um programa saudavelmente insurrecto!"
Bagão Félix, in A Bola
E quem não prefere a bela da "Mine" e do "coirato" ao plástico daquele copo de cerveja sem alcool?!?
ResponderEliminarEu prefiro...