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sexta-feira, 6 de maio de 2011

Lideranças

"Olhar para o desempenho de uma equipa de futebol, para uma equipa de dirigentes ou para qualquer outra equipa é, também, observar o sucesso das lideranças. Por exemplo, quando observo o desempenho individual de cada um dos futebolistas do nosso Benfica, vejo as suas capacidades e a sua crença. Observa-se em que medida crê no modelo de jogo que interpreta, crê em si e crê nas ideias de quem o lidera. Quando o homem crê, o atleta quer. À junção do querer e do crer chama-se motivação.
No entanto, para que a motivação individual surja, é indispensável que haja na liderança a visão para detectar o talento, a potencialidade. Haja a coragem para desenvolver essa potencialidade e a lealdade para, pelo exemplo, motivar e unir um grupo (seja uma equipa ou uma massa associativa). Para isso, é importante que todos percebam que a vivência do sucesso não permite que se deixem de correr riscos, particularmente o risco de nos colocarmos em questão. Não há liderança onde não há conhecimento das virtudes e reconhecimento dos erros. Isto implica que uma das grandes marcas de uma liderança eficaz acabe por ser a reflexão sobre os erros cometidos e a capacidade de evoluir. Quem não tiver esta ousadia não será um líder. Quando muito será um chefe. Um líder deverá ter em si a loucura, o optimismo e a humildade para confiar na sua capacidade de aglutinar, motivar e, sempre que for caso disso, de mudar. Sendo que esta mudança, quando ocorre, deve revelar-se, antes de em qualquer outro, em si.
Nunca se poderá fazer um balanço do que foi, e está a ser, o momento presente do nosso Benfica, se não houver a ousadia e a humildade de questionarmos o nosso compromisso pessoal para com o Clube. Para este acto de liderança todos somos chamados: desde o presidente ao treinador, passando pelos atletas e, essencialmente, pelos adeptos."


Pedro F. Ferreira, in O Benfica

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