"O jogo do Dragão foi fantástico, mas puxou mais pela solidez e pelo carácter do que pela nota artística. O jogo com o Lyon proporcionou bons momentos, mas a equipa claudicou na ponta final. Frente ao Rio Ave e Nacional viu-se um grande espectáculo, mas também algumas falhas defensivas. Em Aveiro e Setúbal houve minutos de certo apagamento. Talvez nunca como na partida do último domingo, frente ao V. Guimarães, se tenha visto prestação simultâneamente tão brilhante e tão constante a este Benfica 2010/11.
Diante de uma das melhores equipas do Campeonato português, assistiu-se a uma exibição de gala do primeiro ao último minuto, roçando a perfeição em quase todos os parâmetros que possamos utilizar para a analisar. Digo, quase todos, porque em termos de eficácia diante da baliza o Benfica ficou a dever a si próprio um resultado histórico. O caudal de futebol produzido justificaria cinco, seis, sete, ou mais golos, e só algum desacerto na concretização poupou Manuel Machado a novo resultado humilhante diante do seu inimigo de estimação.
É um regalo ver jogar assim. Quando dos pés de artistas como Aimar, Saviola, Salvio e Gaitán (depois também Carlos Martins) brota todo o esplendor de um futebol mágico, fluente e vibrante, os espectadores só têm de agradecer o privilégio de poder presenciar tal requinte, e abrir bem os olhos para dele não perder pitada. Estavam 55 mil nas bancadas da Luz, e se a equipa continuar nesta senda, os lugares irão rapidamente voltar a esgotar, à semelhança do que ocorria na temporada passada - mesmo que a distância para o primeiro lugar do Campeonato se mantenha teimosa e injustamente ampla.
Com meia-hora decorrida, já o resultado poderia estar sentenciado: o poste, a barra e o guarda-redes contrário impediram que os golos se fossem acumulando. Na segunda parte foi a vez do fiscal-de-linha, e da infelicidade de Cardozo no penálti desperdiçado, obstarem à goleada. No final do jogo, os 3-0 acabaram por saber a pouco para tanto futebol e tanta arte."
"Porque não se cala ele? - O miúdo pode perceber de bola, mas de tanto querer agradar ao patrão, acaba por perder o sentido da realidade. Puxar a carreira europeia do Benfica para a discussão foi de muito mau gosto. Insinuar que os benfiquistas - depois de uma exibição portentosa diante do V. Guimarães - estariam frustrados, é não perceber nada do que cá se passa.
..."
Luís Fialho, in O Benfica
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