"Há três actividades em que todos se metem: no futebol, na política e na economia. Nestas últimas, até o Governo repetiu à saciedade que meteu as contas públicas em ordem. Como, aliás se mete pelos olhos dentro...
Concentrando-se no futebol, o que mais conta é meter golos! Metidos com a cabeça, os pés ou mesmo a mão (do Vata).
Mas tirando os golos, mete-se pelos olhos da cara que quase tudo o resto não é tão entusiasmante. Vemos, amiúde, meter-se a foice em seara alheia ou meter-se a colherada fora de contexto. A começar por muita gente que por lá anda metida. Uns metem o bico, outros até metem o bedelho onde não são chamados, o que por vezes leva a que tenham de meter a viola no saco.
Há, também, quem queira meter o Rossio na Betesga ou meter-se em cavalarias altas ou quem, por dá cá aquela palha, projecte meter uma lança em África e acabe por meter-se na boca do lobo.
No chamado sistema há de tudo: os que se metem em sarilhos por meter a mão no fogo por quem meteu a mão no bolso de alguém. Os que são metidos no chinelo só porque se quiserem meter em brios. Os desiludidos que, depois de terem metido mãos à obra, se metem na concha porque lhes meteram na cabeça que nada há a fazer. E, ainda, os metediços que se metem por atalhos para se meter em negócios acabando por meter o dinheiro em paraísos fiscais.
Há quem nos queira meter em dúvida que meter a mão na bola e meter a bola na mão são coisas iguais ou diferentes consoante quem meteu na ordem o árbitro. E este depois de ter metido água, mete os pés pelas mãos, para explicar que ninguém lhe meteu uma cunha.
Meter a mão na consciência é que deixou de ser a norma."
Bagão Félix, in A Bola
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