"Campanha no Benfica entra na fase decisiva, com o atual presidente alvo de todos os outros candidatos. E o resultado em Newcastle pode desequilibrar os pratos da balança
Falta menos de uma semana para as eleições do Benfica e os seis candidatos multiplicam-se em intervenções públicas para captarem os indecisos — ou pelo menos para tentarem ganhar terreno para uma segunda volta que parece inevitável.
As promessas repetem-se, as acusações reforçam-se, os soundbytes reiteram-se, e fica cada vez mais difícil distinguir o trigo do joio.
Não o digo em tom de crítica, porque o leitor de A BOLA não ouve necessariamente a rádio Observador, ou o espetador da SIC não lê necessariamente o Diário de Notícias, e portanto qualquer órgão de comunicação social tem interesse em entrevistar os candidatos, e qualquer candidato tem interesse em ser entrevistado para chegar a mais gente. Mas para quem tente ler, ouvir, ver tudo, a campanha já é uma espécie de ruído de fundo de onde só sai, aqui e ali, uma frase forte — e a maior parte já foi dita, talvez com outra formulação, um dia, uma semana, um mês antes.
Claro que há sempre espaço para ideias novas. Mas a queixa de Rui Costa, recente, em entrevista a A BOLA, nota-se cada vez mais: os outros candidatos falam mais dele do que do futuro, ou pelo menos fazem-se ouvir melhor quando o fazem.
Aconteceu com Luís Filipe Vieira, na entrevista que A BOLA publica esta segunda-feira, e o ex-presidente será até quem tem mais noção do que pode e deve fazer se voltar a liderar os destinos do clube (também é verdade que considera ter sido atraiçoado por Rui Costa, e isso transparece quase sempre que fala em público...).
Mas não há como fugir a isso. As eleições de sábado vão ser um escrutínio ao último mandato do atual presidente, e é natural que assim seja. Rui Costa sente-se frustrado com isso, por não se discutir o futuro, mas é legítimo que discutir o futuro seja discutir o passado — o que se fez mal, o que se faria diferente... —, e que seja ele, o atual presidente, o alvo principal de todos os outros.
E se o escrutínio de sábado é um escrutínio ao reinado de Rui Costa, o futebol profissional (mesmo com as finanças e o aumento do passivo a entrarem em força na campanha) dominará sempre as atenções.
Se a contratação de Mourinho passou sem grande oposição pelos outros candidatos (mesmo que uns se vinculem mais que outros à sua continuidade), um eventual desaire em Newcastle, amanhã, deixando o Benfica com zero pontos em nove possíveis na Champions, pode desequilibrar definitivamente os pratos da balança."

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