"ENTRE OS ADEPTOS
ENCARNADOS QUE
ASSISTIRAM AO BENFICA-FC PORTO DE 7
DE OUTUBRO DE 1956
ESTAVA UM PORTUENSE DETERMINADO
O clássico no Estádio
da Luz, a 7 de outubro de 1956, suscitou
um enorme interesse entre os aficionados pelo
futebol, levando o recinto a
ficar lotado. Entre os espectadores estava Artur José
de Castro Fontes, “um garoto de 12 anos” da cidade do
Porto, que fez a viagem
sozinho até Lisboa para
assistir ao desafio e torcer
pelo… Benfica!
O jovem sócio “massacrou durante semanas os
pais, porque queria vir a
Lisboa ver o Benfica-
-FC Porto”, e o pai, “já mal
o podendo ouvir (e resistir), acabou por lhe dizer
que, apenas vindo sozinho, no
comboio especial, o Artur poderia ver o jogo”.
Foi o que bastou para que Artur Fontes
embarcasse logo no comboio com destino à
capital. Na estação, esperava-o uma tia, mas
a “pobre senhora ficou perplexa com a situação, já que nunca entrara num campo de
futebol e lhe faltava ânimo para tais aventuras”. Veio em seu auxílio César Rodrigues,
colaborador da Comissão Central, que o levou
a assistir ao tão sonhado jogo.
A contar para a 4.ª jornada do Campeonato
Nacional, numa “tarde mais estival que de
outono”, o encontro “foi de autêntico campeonato, disputado virilmente, mas com a maior
correção, como é timbre dos dois clubes amigos”. Artur Fontes terá ficado satisfeito por
a equipa benfiquista
vencer por uns incontestáveis 3-2, com golos
de Isidro, José Águas
e Palmeiro. Num conjunto que contou com
elementos das reservas,
os encarnados Ângelo, Artur, Bastos, Isidro,
Palmeiro e Pegado foram
alvo de vários elogios
pelas suas exibições,
tendo sido considerados
os melhores em campo.
Após o apito final, o
jovem adepto foi entregue
novamente “aos cuidados
da referida tia”, voltando
para o Porto, e foi assim
que “se tornou realidade
um sonho de criança,
sonho de um pequenino
benfiquista”. Artur Fontes
não estava sozinho no seu
benfiquismo na sua cidade natal. Numa carta
aberta, Paulino Gomes
Júnior exortava ao “portuense que é, ao mesmo
tempo, um benfiquista
indefectível”, que se unisse ao entusiasmo, fervor e
gritasse de emoção pelo
Benfica na luta pelo Campeonato Nacional.
E seriam gritos de alegria no final da época,
com o Clube a sagrar-se campeão nacional,
com mais um ponto do que o FC Porto.
Saiba mais sobre a conquista do Campeonato Nacional de 1956/57 na área 6 – Campeões Sempre, do Museu Benfica – Cosme
Damião."
Lídia Jorge, in O Benfica

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