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quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Do Porto, um jovem benfiquista


"ENTRE OS ADEPTOS ENCARNADOS QUE ASSISTIRAM AO BENFICA-FC PORTO DE 7 DE OUTUBRO DE 1956 ESTAVA UM PORTUENSE DETERMINADO

O clássico no Estádio da Luz, a 7 de outubro de 1956, suscitou um enorme interesse entre os aficionados pelo futebol, levando o recinto a ficar lotado. Entre os espectadores estava Artur José de Castro Fontes, “um garoto de 12 anos” da cidade do Porto, que fez a viagem sozinho até Lisboa para assistir ao desafio e torcer pelo… Benfica!
O jovem sócio “massacrou durante semanas os pais, porque queria vir a Lisboa ver o Benfica- -FC Porto”, e o pai, “já mal o podendo ouvir (e resistir), acabou por lhe dizer que, apenas vindo sozinho, no comboio especial, o Artur poderia ver o jogo”. Foi o que bastou para que Artur Fontes embarcasse logo no comboio com destino à capital. Na estação, esperava-o uma tia, mas a “pobre senhora ficou perplexa com a situação, já que nunca entrara num campo de futebol e lhe faltava ânimo para tais aventuras”. Veio em seu auxílio César Rodrigues, colaborador da Comissão Central, que o levou a assistir ao tão sonhado jogo.
A contar para a 4.ª jornada do Campeonato Nacional, numa “tarde mais estival que de outono”, o encontro “foi de autêntico campeonato, disputado virilmente, mas com a maior correção, como é timbre dos dois clubes amigos”. Artur Fontes terá ficado satisfeito por a equipa benfiquista vencer por uns incontestáveis 3-2, com golos de Isidro, José Águas e Palmeiro. Num conjunto que contou com elementos das reservas, os encarnados Ângelo, Artur, Bastos, Isidro, Palmeiro e Pegado foram alvo de vários elogios pelas suas exibições, tendo sido considerados os melhores em campo.
Após o apito final, o jovem adepto foi entregue novamente “aos cuidados da referida tia”, voltando para o Porto, e foi assim que “se tornou realidade um sonho de criança, sonho de um pequenino benfiquista”. Artur Fontes não estava sozinho no seu benfiquismo na sua cidade natal. Numa carta aberta, Paulino Gomes Júnior exortava ao “portuense que é, ao mesmo tempo, um benfiquista indefectível”, que se unisse ao entusiasmo, fervor e gritasse de emoção pelo Benfica na luta pelo Campeonato Nacional. E seriam gritos de alegria no final da época, com o Clube a sagrar-se campeão nacional, com mais um ponto do que o FC Porto.
Saiba mais sobre a conquista do Campeonato Nacional de 1956/57 na área 6 – Campeões Sempre, do Museu Benfica – Cosme Damião."

Lídia Jorge, in O Benfica

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