"1. O presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol deu uma entrevista
ao Record e, como não podia deixar de acontecer,
tentou aligeirar as decisões dos árbitros da final da
Taça de Portugal – os que estavam em campo e os
que estavam na Cidade do Futebol, o lugar mais
mal frequentado do país para a opinião pública que
sofre com estas coisas – como se tudo não tivesse
passado de um fait-divers inócuo, uma daquelas
situações que estão sempre a ocorrer.
2. Começou, assim, Luciano Gonçalves: “Não vou
entrar em comentários sobre as posições dos clubes.” Claro que nunca iria entrar em comentários
sobre as posições dos clubes, para quê? No entanto, todo ele é compreensão: “Percebo-os, foi um
erro que aconteceu e não devia ter acontecido.”
Pois com certeza que percebe, são aquelas coisinhas da vida, os erros que todos cometemos, um
engano, uma distração…
3. Depois, Luciano Gonçalves apura o seu discurso
para um nível de sonsice inaceitável. Atentem no
presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol a querer fazer de nós
parvos… “Mas existiram também outros erros, certamente, até da própria equipa.”
4. É de presumir que “a própria equipa” a que se refere seja a equipa do Sport Lisboa e Benfica. Francamente, é preciso ter lata para vir com uma conversa desta miserável qualidade dois meses depois
dos acontecimentos no Jamor (e na Cidade do
Futebol) que resultaram no roubo de um troféu
oficial ao Sport Lisboa e Benfica.
5. Eu, como qualquer pessoa que tenha assistido ao
jogo, lembro-me de alguns “erros” cometidos pela
equipa do Benfica. Um passe errado de um dos
nossos centrocampistas. Uma bola deixada escapar pela linha lateral num momento de desatenção. Um pontapé de canto mal marcado. Um desentendimento posicional entre os nossos jogadores
que frustrou aquilo que poderia ser uma bonita
triangulação…
6. Luciano Gonçalves quer comparar, em importância, dimensão e vício, estas situações que sempre
ocorrem naturalmente num jogo de futebol com
uma situação em que um jogador do Sporting pontapeou a cabeça de um jogador do Benfica, que
estava por terra, e o árbitro não só nada assinalou
como o VAR foi incapaz de fazer cumprir o estipulado interrompendo o jogo e expulsando o agressor. Que descaramento.
7. A época de 2024/25 fica marcada pela “rasteira
com a cabeça” de Otamendi, que nos custou o Campeonato, e o pontapé na cabeça de Belotti, que nos
custou a Taça de Portugal. Infelizmente, esta gente
ocupa os seus cargos no futebol português com a
anuência do nosso clube. E isso, sim, é um erro."
Leonor Pinhão, in O Benfica

Querem limpar aquilo que foi o maior escândalo de arbitragem numa final da taça de Portugal.
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