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quarta-feira, 4 de junho de 2025

Desequilíbrio mental


"Reles. Uma palavra pequenita, mas com tanto significado. Diz-se de alguém ou de algo desprezível, sem valor, insignificante, merecedor de desprezo, grosseiro ou miserável. A definição é de um acumulado de dicionários e assenta na perfeição ao minuto 95 da final da Taça de Portugal do passado sábado. Numa disputa de bola junto à bandeirola de canto, um jogador de uma equipa tenta guardar a bola e procura ganhar um pontapé de canto. Dois jogadores adversários procuram contrariá-lo. Até aí tudo bem, é futebol.
O que se passou depois do primeiro contacto físico entre os três jogadores já não é futebol. É outra coisa. É violência e desprezo por um ser humano! Cotovelada, pontapé no peito e na cara e pisão na cabeça. Tudo a menos de um metro do árbitro auxiliar, uma marioneta com uma bandeira na mão que se apressou e marcar bola presa pelo avançado do SL Benfica, deitado no chão, meio corpo dentro, meio corpo fora do relvado. Os dois defesas do Sporting CP limitaram-se a gozar daquilo a que se habituaram nos últimos tempos: total impunidade.
Foi preciso esperar quase 72 horas até haver uma reação de Matheus Reis, o pontapeador e orgulhoso pisador de cabeça alheia. Diz o profissional de futebol que tudo terá sido por causa de um 'desequilíbrio do corpo'. Mente. Foi antes um desequilíbrio mental, fruto de uma raiva desmedida e falta de controlo emocional num jogo de extrema importância desportiva. Não vale tudo. O antigo internacional português Pepe, por menos do que um pisão na cabeça, foi castigado com 10 jogos de suspensão no campeonato espanhol e criticado pela sua atitude. Levou na cabeça por parte do Real Madrid e dos seus adeptos, além de todas as pessoas com mais do que um neurónio em funcionamento. Por cá, brinca-se e partilham-se declarações de extremo mau gosto nas redes sociais, desvalorizando as várias agressões, claras e inequívocas, no relvado do Jamor. O Ministério Público vai abrir inquérito. 
Aguardemos, sentados."

Ricardo Santos, in O Benfica

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