"1. O Público da última terça-feira trazia um artigo interessante sob o título: 'Matheus Reis não foi expulso, o que dificultou a ação do VAR?' É óbvio a que tema se referia o articulista que, com generosas intenções, pretendeu diluir a responsabilidade do VAR e do fiscal de linha naquele que já é um dos escândalos maiores do futebol português do século XXI. 'Há detalhes técnicos que ajudam a atenuar o erro (...) que só ficou claro via repetições', escreveu Diogo Cardoso Oliveira.
2. Nesse campeonato tão peculiar das decisões fraudulentas que custam títulos, o balanço daquele instante insano ocorrido no 5.º minuto do tempo de compensação da final da Taça está ao nível de atuação de Pedro Proença e do seu fiscal de linha no clássico que decidiu o título de 2011/12 em benefício do FC Porto, lembram-se?
3. Um golo em claríssima posição ilegal de Maicon garantiu a vitória de que o FC Porto precisava para ser campeão. É verdade que ainda não havia VAR, mas também é verdade que aquele lance nem precisava de VAR para se concluir que Maicon estava em posição ilegal.
4. No passado domingo, o mesmo Proença que validou este momento negro da história do Benfica, estava presente na tribuna do Estádio Nacional, exercendo o direito ao assento a que, por tradição, tem direito o presidente da Federação Portuguesa de Futebol. E sobre este assunto - o assunto do assento e do seu ocupante - fico-me por aqui.
5. Voltemos ao artigo do Público sobre a não expulsão de Matheus Reis que teve também direito de chamada à 1.ª página com o destaque que passo a transcrever: 'Rápido reinício do jogo terá dificultado a ação do VAR após agressão'. É esta a conclusão do articulista e a minha também: 'Uma revisão de um lance fácil demora cerca de 20 segundos entre o momento de formular uma opinião e chamar o árbitro. No caso deste lance passaram 13 segundos entre o momento do recomeço do jogo por parte do Sporting'. Foi, então, este o problema que impediu que se fizesse justiça ao minuto 90'+5' da final da Taça de Portugal. Foi uma questão de segundos... e foi.
6. E, assim, voou uma Taça de Portugal, a coberto de uma agressão própria de um ajuste de contas num beco mal-afamado de um filme de gangsters. O banco do Benfica viu o lance na primeira repetição, mas terá congelado. E ninguém avisou os jogadores do Benfica que não podiam deixar recomeçar o jogo antes de o lance ser analisado pelo VAR. Foi uma pena.
7. O Benfica permitiu a consolidação, e alinhou, com a montagem da atual estrutura do futebol português, e suspeitamos que, a cada dia que passe, terá mais razões para se lamentar."
Leonor Pinhão, in O Benfica

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