"A derrota no Jamor foi um retrato fiel da temporada do Benfica. Perdemos o Campeonato na última jornada. Perdemos a Taça no último minuto. Tanto numa como na outra prova, tivemos, a data altura, o pássaro na mão. Tanto numa como na outra prova, em nada fomos inferiores ao rival, a não ser na sorte ou na falta dela. Tanto numa como na outra prova, fomos bastante prejudicados pelas arbitragens.
O remate de Pavlidis ao poste, no dérbi da Luz, tinha-nos dado o título. Trinta segundos a menos, no Jamor, tinham-nos dado a Taça.
Decisões certeiras do VAR, no Santa Clara - Arouca, colocavam-nos com quatro pontos de avanço à 29.ª jornada da Liga. Nesta final, a expulsão de Matheus Reis deixaria o Sporting reduzido a 10. Na melhor das hipóteses já nem sequer empatavam a partida. Na pior, iam para prolongamento em inferioridade numérica. Quando há equilíbrio entre as equipas, quando as competições se decidem em pormenores, estes casos tornam-se ainda mais preponderantes.
Dir-me-ão que nada disto nos consola. É verdade. A dor da derrota ficará cravada na nossa alma, seja ela mais ou menos merecida, seja ela mais ou menos adulterada por terceiros. Mas, se queremos fazer um balanço justo do trabalho do treinador e dos jogadores, então já não é indiferente a forma como perdemos: quem perde apenas por um detalhe, certamente trabalhou para ganhar.
Mesmo sendo o futebol alimentado de paixões, dos decisores espera-se frieza e sensatez. Bruno Lage pegou na equipa com 5 pontos de atraso e terminou a 2. Teve uma excelente prestação internacional. Venceu a Taça da Liga. No Jamor, montou uma estratégia que permitiu ao Benfica dominar o jogo até aos 99 minutos. Que treinador faria melhor? Guardiola? Ancelotti? Talvez. Mas não creio que os possamos contratar."
Luís Fialho, in O Benfica

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