"LEIPZIG — O patamar mínimo está alcançado, mas a forma como Portugal chega aos quartos de final do Europeu junta insegurança ao entusiasmo. A equipa tarda em encontrar uma identidade, e ao olhar para Bruno Fernandes ou Bernardo Silva ficamos com a sensação de que o problema está no coletivo e não no rendimento deste ou daquele. Cristiano Ronaldo já não esconde a ansiedade, e as lágrimas após o penálti falhado tanto revelam competitividade insaciável como instabilidade emocional, dispensável para quem - há muito - deixou de ter algo a provar. As hesitações coletivas começam muito antes do momento de ligar ao capitão, porém.
A transição defensiva estabiliza com a presença de Palhinha, mas o ataque posicional parece perdido na versatilidade: Bernardo passa demasiado tempo aberto (com Cancelo por dentro) e Bruno anda distante do centro do jogo.
As substituições pioraram a equipa, até pela surpreendente saída de Vitinha - estranhamente justificada pelo selecionador com a impossibilidade de ter jogo interior por causa da relva – e a colocação inicial de Francisco Conceição à esquerda. Passar assim não dá mais força do que ganhar por dois ou por três, como disse o selecionador, mas Roberto Martínez tem razão quando classifica Diogo Costa como o segredo mais oculto do futebol português.
Talvez agora a Europa do futebol acorde para o valor do guarda-redes que agarrou o apuramento luso. O jogo com a França será diferente, mas a boa notícia é que não é preciso reconstruir o caminho, apenas descobrir onde é que se perdeu o mapa."
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