"Haverá sempre quem questione a lista. Mas ninguém duvida da qualidade da equipa
As horas e os dias seguintes a uma convocatória da Seleção para um Europeu ou Mundial (agora que nos habituámos aos dois...) são sempre muito animadas. Todos nós - em casa, no trabalho ou no café - temos um pouco de selecionadores dentro de nós nestas alturas. Se conseguimos escolher 26 nomes em qualquer sondagem online, o que nos poderá faltar mais?
Feita esta introdução, aqui vai o meu bitaite: Roberto Martínez só falhou um nome. Nesta lista alargada, nunca um jogador como Ricardo Horta poderia ficar de fora. Precisamente porque preenche os critérios que o selecionador sempre foi deixando como pistas para a sua escolha: fez parte do grupo que superou tão bem o caminho da qualificação, é capaz de dar ao treinador diferentes opções táticas e, ainda por cima, tem aquela característica muito chata de marcar golos (tem um a cada 82 minutos com a camisola da Seleção). Pedro Neto que me desculpe, mas eu avisei que todos os portugueses teriam algo a dizer.
Agora que já desabafei, vamos ao essencial: Portugal tem uma seleção para ganhar o Euro 2024. Entre estes 26, estão alguns dos melhores jogadores do mundo nas suas posições, com experiência de topo a nível internacional, numa mistura de gerações que só pode correr bem e ainda com uns «espalha-brasas» para sacar coelhos da cartola quando for preciso. Roberto Martínez pode adaptar sistemas e estratégias aos adversários, conforme forem mais ou menos sonantes, mas arrisco-me a alertar o selecionador que Portugal tem de deixar de ter receio de assumir o favoritismo em campo.
É que desde 2016 que os portugueses deixaram de ser fatalistas no que à Seleção diz respeito. O triste fado nacional terminou com aquele pontapé de Éder (pausa para a devida vénia). A partir daí, Portugal nunca mais foi Cristiano Ronaldo, mais 10 e fezada lá para o meio - e uma parte dos insucessos que se seguiram julgo virem da falta de consciência disto mesmo: esta Seleção foi feita para ganhar e, além disso, jogar bem.
Se Roberto Martínez já tiver apreendido isto tão bem quanto se adaptou à língua portuguesa, podemos deixar-nos de discussões de convocatórias e começar a ficar descansados. A partir de 14 de junho, na Alemanha, Portugal não pode ter complexos de inferioridade com ninguém. Há outras seleções muito boas, claro que sim, há outros 26 que podem praticar bom futebol e ganhar jogos, obviamente, mas está na hora de olhar menos para fora e mais para dentro.
Portanto, fechado o momento de discutirmos os nomes, passaremos à exigência em relação às exibições e aos resultados. De uma coisa o selecionador pode ter a certeza: não é a falta de experiência no banco que vai travar os portugueses de preferirem uma equipa com ou sem Ronaldo, com Vitinha no meio ou sem três centrais. Da minha parte, pode estar certo que estou preparada para a inevitabilidade de Pedro Neto marcar o golo que trará a taça para Portugal."
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