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terça-feira, 17 de outubro de 2023

O que mudou em três meses?


"O mercado de transferências do Sport Lisboa e Benfica não passou indiferente a ninguém e houve quem entregasse o título aos encarnados, ainda antes do campeonato português começar. Contudo, dentro de campo, por esta altura, esperava-se mais do clube da Luz. Assim sendo, o que está a faltar?
Por esta altura, na época transata, o SL Benfica contava com 17 jogos, 14 vitórias e três empates, dois dos quais contra o poderoso Paris Saint-Germain FC. Esta época, até ao momento, realizou 11 jogos oficiais, contabilizando oito vitórias e três derrotas, duas delas na UEFA Champions League, e que ditam um mau arranque na competição, o que pode ter repercussões do ponto de vista financeiro.
O plantel do SL Benfica nunca foi fraco ou algo que se pareça, no entanto, é claro que, para a época desportiva 2023/2024, os encarnados apresentam mais soluções. A chegada de Angel Dí María, Juan Bernat ou Orkun Kokçu são a prova disso mesmo. O SL Benfica passou a ter, pelo menos, dois jogadores de grande nível por posição, o que aumentou a concorrência interna na disputa por um lugar no onze. Pode estar aí o problema para o arranque não tão positivo quanto o esperado? Acredito que pode ser um dos vários.
Roger Schmidt foi muitas vezes criticado, ao longo de 2022/2023, pela falta de rotatividade na equipa. A somar a isto, considerar ainda as poucas e tardias substituições no jogo. Quem não se lembra do tradicional onze com Vlachodimos na baliza, Bah, António Silva, Otamendi e Grimaldo na defesa, Chiquinho e João Neves no meio-campo, com João Mário, Rafa, Aursnes e Gonçalo Ramos na frente? Não enganava, era quase sempre aquele. Com as entradas de Musa, Florentino e Neres, o SL Benfica pouco diferente de isto era. Roger Schmidt contava com 13/14 jogadores. O facto é que, com poucas mexidas, o SL Benfica conseguiu ser sempre competitivo e estar presente em todas as frentes ao mais alto nível, e mais importante que tudo o resto, a equipa estava bem oleada.
A chegada de reforços de elevada qualidade aumentou o leque de opções do treinador alemão, e com isso um pouco da sua filosofia, parece. Ao longo da presente temporada o Benfica tem apresentado um elevado grau de rotação no onze titular, como referido anteriormente, algo que não era normal em 2022/2023.
Se por um lado a reduzida rotação no grupo, é um aspeto negativo, por outro, a elevada rotação também o é. A falta de rotinas e de dinâmicas entre jogadores é um problema, e o SL Benfica parece sofrer com isso. Exemplo disto, é o último jogo a contar para o Campeonato Nacional, no Estoril, onde o treinador alemão realizou cinco mudanças, face ao jogo em Milão, a contar para a UEFA Champions League.
Ao longo da época desportiva 2023/2024 é raro o jogo onde os encarnados mantêm o onze intacto, prova disso é o carrossel que se viu, no início de época, na posição de guarda-redes. Esse pode ter sido um dos outros problemas, a falta de estabilidade na baliza. Até os poucos entendidos em Futebol sabem que, o setor onde os treinadores menos gostam de mexer, é o defensivo. Contudo, foi dos setores mais afetados e com sucessivas alterações. Na baliza, ora era Vlachodimos, ora era Samuel Soares, ora era Trubin. Pelo corredor esquerdo passou Yurásek, Aursnes e Juan Bernat. Tudo isto em 11 jogos oficiais. É difícil criar rotinas com tanta mudança. Fredrik Aursnes é um dos jogadores mais usados no Benfica.
Em comparação com a época anterior, jogadores importantes perderam espaço. O polvo Florentino poucas aparições tem tido, ao longo desta época. Chiquinho sofre do mesmo mal. E mesmo João Mário já não tem o protagonismo de outros tempos. Tudo isto afeta, e no caso do clube da Luz, negativamente.
Em causa não estão os resultados, até porque o SL Benfica continua em segundo lugar no Campeonato Nacional, apenas com menos um ponto que o líder. Mas acredito que os sócios querem mais futebol, mais brilho, mais espetáculo."

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