"MAS QUE GOLAÇO ENZO! Já não é a primeira vez que esta frase surge, seja na forma visual, seja na forma auditiva. Não é um jogador com muitos golos – tem apenas quatro -, mas é um jogador com uma grande tendência para o espetáculo. Espetáculo esse que temos visto bastantes vezes, ao serviço do SL Benfica.
Seja no coletivo ou pela soma das suas individualidades, o Benfica tem sido sinónimo de vigor, brilhantismo e superioridade ao longo desta época. Em 23 vitórias, 14 foram por mais da margem mínima e a equipa de Roger Schmidt não conhece sequer o sabor da derrota, tendo demonstrado até contra adversários com outro poderio que é uma equipa que não olha a nomes, com uma identidade bem vincada. Destemida.
Ao longo desta época, já jogaram contra águias equipas tão distintas como Paris SG, Juventus FC e FC Porto e o saldo foi francamente positivo: três vitórias e dois empates. Os dois empates contra o “galáctico” PSG e vitórias contra Juventus e Porto, duas dessas fora de casa. É incontestável este início da época dos encarnados, no entanto, também é fácil esquecer todas as circunstâncias e os pontos-chave que nos levam a esta altura. Ou melhor, ‘O’ ponto-chave.
E se não fosse assim? E se em vez das 23 vitórias em 27 jogos tivéssemos algo como 18 vitórias, quatro derrotas e cinco empates? E se o panorama fosse completamente diferente e a realidade completamente distinta da que vemos perante nós? E se…o CA não tivesse eliminado o CA River Plate?
É difícil imaginar toda esta conjuntura, mas o facto é que a época do Benfica poderia ser drasticamente diferente – para pior claramente -, se naquela noite em Buenos Aires o River tivesse conseguido marcar os golos que precisava para passar à próxima ronda da Copa Libertadores. Para os mais esquecidos, o acordo do Benfica com o River implicava a contratação de Enzo, que só chegaria depois da participação da equipa na competição mais prestigiante do futebol sul-americano.
Ora, se a formação, na altura, de Marcelo Gallardo conseguisse chegar à fase seguinte, ainda demoraria mais um tempo até ao médio que deslumbra meia europa chegasse apto para jogar. Travados nos quartos de final, daria Enzo ainda em meados de agosto, mas já com a época em andamento e com jogos de qualificação da Liga dos Campeões pelo meio. Cair depois dessa fase implicaria…Enzo apenas em janeiro.
O Benfica de Roger Schmidt é uma equipa forte, competente e até por vezes avassaladora. As contratações foram praticamente todas acertadas – algo que não é muito comum seja em que equipa for – e todos os jogadores encaixaram que nem uma luva. Ainda assim, o verdadeiro gamechanger é Enzo Fernández.
Aursnes também veio, é certo, se calhar a sua contratação teria sido antecipada – chegou em fins de agosto -, mas mesmo com toda a qualidade que o norueguês apresenta, este não é Enzo Fernández. O médio argentino pega no jogo atrás, constrói, controla os tempos do jogo, varia-o e acrescenta-lhe dinamismo, é um poço de energia e de alegria no seu futebol, aparece bastantes vezes em zonas de finalização e ainda é um monstro na recuperação de bola.
Como Enzo, não há. Sem ele, o Benfica teria feito este período com Aursnes, Paulo Bernardo e Chiquinho como opções primárias na posição. São jogadores com qualidade, uns mais maturada que outros, mas não são Enzo. O número 13 das águias é ‘one of one’ e trouxe ao Benfica o 8 por qual tanto desesperavam. Sem ele, poderíamos não estar a falar do Benfica como primeiro classificado da liga portuguesa, um dos presentes nos oitavos da Liga dos Campeões e como uma de duas equipas que ainda não perderam nas grandes ligas europeias.
E por isso, só há realmente que agradecer a quem tornou isto tudo possível e o verdadeiro obreiro deste grande início de época encarnado. Obrigado, Vélez!"
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