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sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

A (in)justiça e o Benfica – Parte II


"Como mencionado na primeira parte do artigo, o Ministério Público tem revelado uma conduta persecutória e iníqua movida contra o Sport Lisboa e Benfica. Tal levou-nos a expor, na semana passada, as questões éticas detrás destas ações, a (i)legalidade das transcrições de escutas que têm vindo a público – quase sempre assinadas pela jornalista Tânia Laranjo -, a devassa da vida privada a terceiros e as toupeiras do Ministério Público que têm passado informações sem qualquer relevância criminal e/ou processual à Cofina, com o único intuito de criar um clima de suspeição e de descrédito da instituição Sport Lisboa e Benfica perante os agentes de jogadores, clubes com os quais negocie e com os próprios ativos do plantel.
Hoje abordaremos mais alguns pontos e questões que achamos pertinentes trazer a público e que demonstram a promiscuidade total que existe entre a Justiça e determinados órgãos da comunicação social. Comecemos, então, pela preocupação do Ministério público em tentar associar o pagamento de uma comissão a uma hipotética - e ridícula - hipótese de corrupção desportiva e de viciação de resultados por parte do Benfica.
Esta associação é de tal forma anedótica que nem deveria ser motivo de conversa, mas a verdade é que um dos procuradores encarregues pelo processo “Cartão Vermelho” suspeita que em 2009 o Benfica terá pago a comissão de uma compra efetuada em 2014 cuja venda se efetivou em 2018. Em suma, para o magistrado o Benfica tem uma bola de cristal que consegue prever o futuro. Não bastava o FC Porto ter uma bruxa nos seus quadros, agora também querem fazer crer as pessoas de que o Benfica tem uma vidente.
Palhaçadas à parte, importa questionar o seguinte:
Porque é que o Ministério Público não teve qualquer pejo em lançar esta suspeita para a praça pública, mas, em sentido oposto, protegeu o FC Porto e as negociatas com o Portimonense? Entre estes dois clubes já não existe a hipótese de viciação de resultados?
Onde anda a conclusão sobre a investigação ao negócio Nakajima? Este jogador foi vendido ao Al Duhail por 35 milhões de euros, a 3 de fevereiro de 2019, e somente 5 meses haviam passado quando a 5 de Julho é novamente vendido ao FC Porto, por 12 milhões de euros (50% do passe). Em apenas 5 meses “desapareceram” 23 milhões de euros que, com toda a certeza, nunca serão recuperados, e o jogador acabou desvalorizado em cerca de 11 milhões. Nakajima fez então uma época no FC Porto e, na época seguinte, foi novamente cedido, desta vez ao Al Ain, onde realizou apenas 2 jogos. Volvido um ano retornou à casa de partida, o Portimonense... por empréstimo do FC Porto.
Além de Nakajima, temos ainda o carrossel Galeno, Paulinho, Ewerton, Wilson Manafá, Rafa Soares, Inácio, Fede Varela, Chidera Exeh, Rui Costa, Musa Yahaya, Fidelis Irhene, Luís Mata, Maurício Antônio, Gleison e muitos mais, numa mixórdia de empréstimos e comissões que levantam claras suspeições de lavandaria.
Alguém leu alguma transcrição de escutas sobre isto? A AT manifestou-se?
Onde anda a conclusão sobre a investigação do Ministério Público ao jogo entre o Estoril Praia e FC Porto, de 2018, cujo desfecho acabou por passar impune aos olhos de todos, tendo o próprio treinador estorilense manifestado estupefacção e fortes críticas perante a atitude dos seus jogadores? Falamos do jogo com maior duração de sempre na história do campeonato português, cujo intervalo durou 38 dias, tendo o jogo sido interrompido ao intervalo por causas misteriosas que apenas os elementos dos Super Dragões poderão esclarecer.
Francisco J. Marques revelou, na altura, que dos 784 mil euros pagos ao Estoril Praia durante o intervalo, uma parte foi relativa a dívidas da transferência de Carlos Eduardo para o Al Hilal e outra parte relativa à cedência temporária de Licá.
Sabemos, através dos R&C da Porto SAD, que em 30 de junho de 2017 não existia qualquer dívida descriminada à Estoril SAD. A fatura, segundo Francisco J. Marques, foi emitida em 26 de Novembro de 2017. O problema desta afirmação? É que é mentira. A dívida já tinha sido descriminada em 28 de fevereiro de 2017, como comprovam os R&C da Porto SAD.
Em 5 épocas (2013 a 2017/18), as renumerações dos administradores do FC Porto ascenderam a 8 milhões de euros. Ninguém se insurge nem questiona de onde veio o dinheiro, ainda para mais tendo em conta que o clube está completamente falido?
Será que os familiares de Pinto da Costa, Antero Henrique e Adelino Caldeira também estão sob escuta, já que alegadamente lucraram milhões de euros com comissões nas transferências de jogadores, tais como Quaresma, Rolando e Casemiro?
E em relação às suspeitas desportivas, como não relembrar o penálti falhado por Jackson Martínez, então jogador do Portimonense, frente ao FC Porto? Já todos se esqueceram que com esse penálti escandalosamente falhado – que mais parecia propositado -, o FC Porto conseguiu arrecadar 3 pontos e prosseguir no campeonato com uma vitória pela margem mínima? Este lance não levanta suspeitas ao Ministério Público?
E, por fim, não podemos deixar de evidenciar os desvios por parte do FC Porto e Sporting ao fisco. É, por isso, pertinente questionar se o Ministério Público e a Autoridade Tributária já estão a investigar as negociatas entre FC Porto e V. Guimarães e FC Porto e Sporting. Um grande regabofe à trois.
Sobre a primeira negociata, falamos de jogadores que custaram 15 milhões e foram diretamente para a equipa B dos vitorianos. Suspeito? Nada. A isto acrescenta-se o facto do V. Guimarães ter vendido igualmente 2 jogadores ao FC Porto pelo mesmo valor, totalizando assim um valor real de 0€ entre as partes. Soube-se, nos dias seguintes a este negócio ter sido tornado público, que estes valores apenas serviram para mascarar as contas do FC Porto e fugir às imposições do fair-play financeiro. Sobre a segunda negociata, Pinto da Costa e Frederico Varandas, em mais uma manobra para ludibriar as contas de ambos os clubes e contornar o fair-play financeiro da UEFA, fizeram uma troca direta dos jogadores Rodrigo Fernandes por Marco Cruz, num negócio fixado em 11 milhões de euros que apenas serviram para subir os ativos dos clubes e consolidar as contas dos mesmos, à semelhança do negócio com o V. Guimarães. Miguel Braga, diretor de comunicação do Sporting, teve ainda o desplante de vir dizer que «foi esta operação que permitiu ao Sporting não vender jogadores titulares como Palhinha, Matheus Nunes ou Pedro Gonçalves».
Para concluir, temos a polémica de Otávio, em que o empresário do jogador veio desmentir os 15 milhões de prémio declarados no R&C da SAD portista. Mais tarde veio a saber-se que a Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD decidiu engrenhar numa ginástica financeira para contornar, uma vez mais, o fisco, não registando os valores dos salários no presente ano fiscal e faseando-a pela vida útil do contrato de Otávio. Assim o FC Porto escapou ao escrutínio da UEFA e facilitou as suas obrigações financeiras com as várias entidades envolvidas, livrando-se de vários encargos, entre os quais os impostos à Segurança Social.
Interessa ao Ministério Público e Autoridade Tributária investigarem tudo isto? Obviamente que não, pois sabemos que existe uma agenda obscura que fala mais alto. Essa agenda, cada vez mais evidente, comanda o que sai na comunicação social e tem como principal propósito manipular as ideias e pensamentos dos cidadãos, levando-os a acreditar num guião predefinido que visa descredibilizar e criar instabilidade e desconfiança em redor do Benfica, forçando o julgamento do clube na praça pública.
É vergonhoso e abjeto o que está a acontecer em Portugal e, em particular, no desporto português. Se antes se esforçavam para esconder as promiscuidades e ligações entre a Justiça e o desporto, mesmo fazendo as coisas às escondidas, hoje não se coíbem sequer de o fazer às claras.
Quando temos presidentes de rivais que são apanhados a encomendar prostitutas para árbitros e nada lhes acontece e outros que dizem, sem qualquer pudor, que têm na sua lista dois juízes conselheiros do supremo tribunal, um procurador da república e um juiz desembargador, tudo fica cristalino e explicado.
Assim que esta perseguição terminar e mesmo que mais tarde todos os casos venham a ser desmentidos e arquivados em tribunal - à semelhança dos anteriores -, para a memória ficará cravada a mancha de descrédito e desconfiança lançada sobre a instituição Sport Lisboa e Benfica.
Infelizmente, só não vê isto quem não quer... e ainda há quem aplauda."

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