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quarta-feira, 15 de setembro de 2021

FC Dínamo Kiev 0-0 SL Benfica: Águias dormentes na Europa


"A Crónica: Boa Exibição, Zero Eficácia E Terror Nos Descontos
O SL Benfica entrou mandão, ao contrário da maioria das previsões. O FC Dínamo Kiev, a jogar diante do seu público e em desacordo com a filosofia de Lucescu, remeteu-se a papel de contenção, oferecendo a bola aos encarnados e apostando em lançamentos rápidos que dependiam sobretudo da capacidade física de Shrukin.
E até por esta surpresa narrativa o SL Benfica nunca se aproximou de forma letal da baliza de Boyko, apesar de controlar todas as operações: a equipa pareceu sempre desconfiada da apatia ucraniana, como que duvidando da sua própria responsabilidade naquele constrangimento adversário.
O SL Benfica chegou aos 76% de posse a meio da primeira parte, fez dançar o bloco compacto mas nunca conseguiu discernir os melhores espaços para ferir as redes do FC Dínamo Kiev.
O primeiro remate à baliza só surgiu aos 40 minutos, depois de Yaremchuk recuperar o esférico em zona adiantada e desferir potente remate (à figura) – e essa, além da oportunidade aos 54’, foram as únicas intervenções suas dignas de registo. Talvez por isso a realização televisiva tenha fixado tantas vezes a figura de Haris Seferovic, relaxado mas atento no banco de suplentes…
O FC Dínamo Kiev, por muito que tentasse sair no contra-golpe, só na bola parada incomodou Odysseas Vlachodimos, obrigando-o a estirada fotogénica num livre irrepreensivelmente marcado por Shaparenko, um dos craques que hoje andou mais preocupado em defender que explanar o seu futebol.
Não se esperava postura tão defensiva aos da casa, não sendo por isso reveladas as qualidades que compõem a base da seleção de Leste. Essa tendência mais se confirmou quando aos 60 minutos Jorge Jesus quis intervir na partida e imprimir velocidade no plano de jogo encarnado.
Darwin entrou por Yaremchuk (a realização tinha-se enganado no alvo mas acertado nas intenções do treinador), Lázaro por Gilberto e Radonjic por um apagadíssimo Everton -, ação à qual respondeu Mircea Lucescu com inesperada solução: tirar Shrukin por Garmash, médio de origem que obrigou o maestro Buyalskyy a ocupar a posição ‘9’.
Acentuava-se então, sobremaneira, a cautela do titulado técnico romeno, poucas vezes tão comedido nas suas abordagens – muitas raras vezes o vimos, ao longo da carreira, à procura de segurar um ponto como hoje.
O SL Benfica, com as substituições, perdeu boa parte do caudal ofensivo – a equipa ressentiu-se com a ausência das anteriores referências, desencontrou-se e passou a apostar unicamente nas iniciativas individuais de Rafa ou de Nemanja Radonjic, com o ataque da equipa a preencher de uma assustadora inconsequência que hipotecou a vitória – apesar do controlo que se manteve até… aos 90 minutos.
A partir daí, viveu-se autêntico filme de terror na área encarnada: o FC Dínamo Kiev, inexplicavelmente, acordou ao levantar da placa pelo quarto árbitro e iniciou convicto assalto à baliza de Vlachodimos, que foi obrigado a três defesas (!) em quatro minutos e que ainda sofreu um golo, anulado por fora-de-jogo.
O pânico destes instantes finais não faz jus à boa exibição dos encarnados, que apresentaram futebol mais do que suficiente para levar os três pontos de Kiev. A equipa merecia mais.

A Figura
Odysseas VlachodimosCaricatamente, acaba por ser o grego o melhor em campo – não que tenha tido muito trabalho, mas pela intensidade do mesmo: picou o ponto aos 8’ e cumpriu com nota dez os longos quatro minutos depois dos 90, sendo por isso crucial para o (insonso) ponto conquistado pelo SL Benfica na Ucrânia.

O Fora de Jogo
Everton Cebolinha Continua a não mostrar as competências que lhe são reconhecidas. Se o enorme talento em termos técnicos lhe emprega uma aura de craque indesmentível, perpetua-se uma espiral negativa quanto ao seu parco rendimento.
A influência nula no jogo ofensivo da equipa remete-o cada vez mais para a categoria de flop – ainda que não seja demasiado tarde para provar que os 20 milhões gastos na sua contratação não foram mal empregues.

Análise Tática – FC Dínamo Kiev
Completamente irreconhecível na postura, o FC Dínamo Kiev apresentou-se no habitual 4-2-3-1, com duas linhas de quatro no momento defensivo – Buyalskyy aproximava-se de Shrukin na “pressão” feita aos centrais encarnados.
Aos 60’, o mesmo Buyalskyy foi obrigado a cumprir a posição mais adiantada, ao entrar Garmash. Aos 75’, Karavaev rendeu Tsyngakov – e Lucescu acabou por admitir aí a sua preocupação com as investidas de Grimaldo, que se vinha associando com Radonjic e Darwin Núnez, que invariavelmente cai naquele corredor.
A equipa nunca se soltou, nunca apostou no ataque continuado nem teve intenções de passar muito tempo com a bola em sua posse – bloco baixo, dependência dos apoios frontais de Shrukin para iniciar contra-ataques e pouco destaque dado aos homens das extremas – só Mykolenko, o lateral–esquerdo, teve intervenções assinaláveis vindo de trás.

11 Inicial e Pontuações
Boyko (6)
Kedziora (5)
Zabarnyi (7)
Syrota (7)
Mykolenko (7)
Sydorchuk (5)
Shaparenko (6)
Buyalskyy (6)
Tsyngakov (5)
De Pena (5)
Shkurin (5)
Subs Utilizados e Pontuações
Garmash (-)
Karavaev (-)
Verbic (-)

Análise Tática – SL Benfica
Excelente jogo benfiquista na gestão da posse de bola. O 3-4-2-1 vai-se cimentando como sistema predileto e garantia de estabilidade, principalmente no setor defensivo: exibição fantástica do trio defensivo.
Rafa muito interventivo e muito solicitado, na ligação entre setores, encontrando grande complemento em Yaremchuk, sempre disponível fisicamente apesar de muito bem guardado por Zabarnyi. Weigl e João Mário deram conta de Shaparenko e cumpriram nova grande exibição enquanto parelha.

11 Inicial e Pontuações
Odysseas (8)
Gilberto (6)
Otamendi (7)
Vertonghen (7)
Morato (7)
Grimaldo (7)
Weigl (8)
João Mário (6)
Everton (5)
Rafa (8)
Yaremchuk (5)
Subs Utilizados e Pontuações
Darwin (-)
Lázaro (-)
Radonjic (-)
Taarabt (-)
Pizzi (-)"

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