"A tarde de 17 de Outubro de 1987 estava condenada a ser especial. A nação encarnada apercebera-se, durante a semana que o jogo com o Salgueiros marcaria o regresso de Fernando Chalana, ídolo de uma geração e figura que, antes mesmo de chegar aos 30 anos, já tinha garantido lugar, com igual preponderância, na história do futebol e no coração do povo.
Chalana voltava a casa três anos depois de ter saído para Bordéus e preparava-se para ser aclamado por uma plateia que sentia falta da sua magia e do seu génio. O treinador, Ebbe Skovdahl, deixou-o no banco, e o mau inicio acentuou a impaciência da gente, da qual o principal prejudicado foi Pacheco, o canhoto que dava os primeiros passos no clube e era posto em causa desde o aquecimento. Quando Chalana se levantou para o aquecimento, a Luz veio abaixo; quando o treinador o chamou ao banco para lhe dar instruções, o barulho aumentou; quando entrou, para o lugar de Chiquinho, aos 82 minutos, o clima emocional foi indescritível. O Benfica vencia por 2-0 mas a felicidade plena só seria possível depois do pequeno genial ser solicitado. Numa das primeiras acções no jogo, recebeu a bola, virou-se para o defesa (Casimiro) e foi direito a ele. Passou-o. Não porque o tivesse fintado mas porque o adversário caiu à sua frente."
Rui Dias, in Record
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!