"Em dia de festa, o Real Madrid exibiu em Madrid uma equipa peculiar, com Eusébio a envergar a camisola dos 'merengues'.
Em Maio de 1962, o Benfica sagrava-se bicampeão europeu, após uma final sensacional em Amesterdão, contra o Real Madrid de Puskás, Di Stéfano e Gento. A estrela emergente do Benfica, o jovem Eusébio, marcou dois dos golos que deram o título europeu ao Benfica, o jovem Eusébio, marcou dois dois golos que deram o título europeu ao Benfica. Durante os anos seguintes, o avançado benfiquista assumiu o protagonismo no futebol nacional e internacional.
Ao longo da sua carreira, Eusébio foi convidado para diversos eventos, entre eles, em 1972, para participar num jogo de homenagem a Francisco 'Paco' Gento, extremo madrileno, inserido nas comemorações do 25.º aniversário do Estádio Santiago Bernabéu.
Curiosamente, a equipa convidada para o evento foi aquela que, 1947, inaugurou aquele mesmo estádio: o Belenenses. Para alinhar pelo Real Madrid, ao mais talentoso internacional português juntaram-se outros três grandes nomes do futebol europeu: o romeno Nicolae Dobrin de Arges, o jugoslavo Dragan Dzajic do Estrela Vermelha e o húngaro Ference Bene do Úspest FC, pois 'o Real quis formar uma linha dianteira à base de estrangeiros'. O homenageado, considerado por muitos como o nariz rápido extremo do mundo, era 'uma figura quase lendária do clube'. O jogo foi caracterizado pela imprensa nacional como 'um jogo artístico, quase de circo, com alguns futebolísticas, especialmente os 'super-stars', a quererem mostrar quanto valem'.
O avançado do Benfica, apesar dos seus 30 anos, impressionou os cerca de 70 mil adeptos que se deslocaram, naquela noite de 14 de Dezembro, ao estádio do Real Madrid. Era 'Eusébio que de vez em quando espantava o público com as suas arrancadas fulgurantes e colocava a bola à frente dos companheiros com passes primorosos' e tudo isto 'sem correrias, sem loucuras. Apenas com talento'. Somente um futebolista de primeira categoria como Eusébio seria capaz de um espectacular entendimento com companheiros de equipa com os quais não jogava, estando envolvido nos lances dos dois golos do Real Madrid. Eusébio e Dobrin 'fizeram do futebol um jogo extremamente fácil. Ambos montaram cátedra e demonstraram como se joga em tabela, como se coloca a bola à frente de um companheiro lançado para golo, como se refém o esférico e como se produzem jogadas'. Só faltou mesmo marcar, mas as suas palavras foram esclarecedoras 'não marquei golos porque não calhou, evidentemente, e porque a defesa do Belenenses não deixou. Mas ainda bem, porque, se tivesse marcado algum, agora quase estava com remorsos - o Belenenses é um clube português e de minha simpatia'. Apesar de não ter sido eficaz na festa de Gento, Eusébio foi o melhor marcador do Campeonato Nacional em 1972/73, com 40 golos, e o vencedor da Bota de Oura, a segunda da sua carreira.
Saiba mais sobre este especular jogador na área 24 - O 'Pantera Negra' e Outras Lendas do Museu Benfica - Cosme Damião."
Carina Santos, in O Benfica
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