"Este é o sentimento que predomina na sociedade actual, e na formação de jogadores não poderia ser diferente.
Não querendo interpretar o papel de “velho do restelo”, mas e porque lido e convivo de perto com inúmeros jogadores de potencial elevado, sinto-o como um perigo elevadíssimo ao seu sucesso.
«Um miúdo de 16 anos não é um adulto em miniatura! Temos de respeitar isso. Hoje pensam que um jovem de 15 ou 16 anos está formado, mas não é verdade. A maturidade a nível ósseo, a nível de tendões, chega depois dos 18, 19. É preciso passar essa mensagem, porque isso pode destruir a vida de jovens jogadores»
Leonardo Jardim
Aos doze ou treze anos, a marca já tem de estar presente, aos dezassete ou dezoito já é uma frustração não estar na primeira equipa, e a própria pressão de quem de fora, sem ter qualquer noção das reais competências do jovem jogador, nem do próprio processo de desenvolvimento deste, endeusa de forma precoce o jovem, tantas vezes pode trazer sentimentos de injustiça nem sempre válidos.
«Hoje em dia o treinador é o único que diz Não ao jovem jogador»
João Tralhão
Para qualquer um é sempre mais fácil ouvir e estar com quem oferece as tradicionais palmadinhas nas costas, todavia, tantas vezes é assim que se começa a matar o talento.
Na formação de jogadores nada pode ser para ontem. Tudo tem o seu tempo próprio e que é facilmente calculável por quem tiver competências para tal. Há uma premissa obrigatórias para que cada etapa seja a adequada. Ser desafiante – Difícil – mas ser passível de ter sucesso contínuo (diferente de fazer três ou quatro coisas giras alternadas com três ou quatro erros) – e com isso a evolução.
Só depois de ultrapassada tal premissa – Surgir a Facilidade e o Sucesso a um nível retumbante, se sobe ao patamar seguinte.
Talvez Diogo Dalot jogasse hoje no United se tivesse ultrapassado etapa a etapa, uma de cada vez, sem dar o passo largo que o fez saltar a equipa principal do FC Porto. Talvez João Félix não jogasse aos vinte no Atletico se aos dezoito não jogasse na equipa B do Benfica, e aos dezanove na A.
Vivemos numa era diferente em que felizmente, se consegue chegar mais rápido. A preparação que vem da base é melhor e por isso não é apenas bem depois dos vinte que se entra nas principais equipas, como foi o percurso natural de Luis Figo, Rui Costa, Paulo Sousa, Fernando Couto entre tantos outros).
Todavia, acelerar ainda mais, convencendo o jogador que tal é o normal e que tudo o que indicie o contrário é porque está a ficar atrasado, só o está a matar.
Por isso tantos talentos se arrastam por campeonatos periféricos, convencidos que é o mundo que contra si conspira a cada aventura mal sucedida. Afinal, nas redes sociais e no círculo de amizades garante-se que merecia muito mais…"
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