"O café A Tonita, na aldeia de Cem Soldos, concelho de Tomar, foi demasiado pequeno para tanto benfiquismo na estreia do Glorioso no campeonato 2019/20. E ainda teve espaço para sportinguistas e portistas 'mandarem as suas bocas' sem que alguém tenha sofrido na pele por isso. O futebol podia ser sempre assim, mas não é.
As mesas estavam todas cheias, na sua maioria de copos vazios. As cadeiras, repletas de habitantes locais e de portugueses de cada canto do país. O Eduardo de Aveiro, era um deles. Vestido a rigor com um T-shirt do 37, não escondia ao que ia. Já tinha sido assim dois dias antes, quando nos conhecemos numa das ruas desta aldeia que recebe anualmente o festival Bons Sons. Perguntou-me onde é que eu iria ver o jogo, e ficou ali combinado, entre dois desconhecidos, que seria naquele café da praça. E assim foi. À hora marcada, tinha uma cadeira à espera dele, que teve de abandonar antes do primeiro golo (e que golo de Nuno Tavares), porque a lotação do café impedia que pudesse haver tanta gente sentada. A sala transformou-se num peão de antigo estádio, e a cantoria já não parou até ao fim. com direito a 'Glorioso SLB', 'Nós só queremos o Benfica Campeão' e 'Ser Benfiquista'. Sabem o que é que não se ouviu no café de Cem Soldos? Insultos à equipa derrotada pelo Gil Vicente. Nem um só regozijo pelos três pontos que não ganharam. E sobre os que, no dia seguinte, empataram na Madeira, nem uma palavra ou comentário. Foi benfiquismo puro o que se viveu ali. De adeptos e sócios que sofrem à distância, que nem sempre podem ir à Catedral, mas que defendem o nosso emblema onde quer que seja, sem benficómetros. Só ganhámos um jogo, mas já ninguém para a onda vermelha. Começou ali para os lados de Tomar e, jogo a jogo, será renovada todas as semanas."
Ricardo Santos, in O Benfica
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