"Portugal vencedor da primeira Liga das Nações, Jorge Jesus no Flamengo, Paulo Fonseca na Roma, Luís Castro no Shakhtar, a somarem a Leonardo Jardim no Mónaco, a Marco Silva e a Nuno Espírito Santo, ambos considerados e estimados no futebol inglês, onde José Mourinho também poderá regressar ao trabalho, após um período sabático, Rui Vitória campeão, de regresso às arábias, cada vez mais treinadores portugueses com sucesso, por todos esses cantos do mundo; jogadores jovens cobiçados pela Europa dos grandes, o futebol português vive o frenesim de um crescimento sustentado e que só não tem maior expressão pela indigência a que chegou o seu próprio negócio.
É curioso, mas, ao mesmo tempo, inquietante e perturbador. Cada clube, em Portugal, manteve a tenebrosa ideia política do orgulhosamente sós. Por egoísmo, por falta de visão de conjunto, por não acreditar que valha a pena qualquer esforço pela oportunidade de um negócio menos pobrezinho.
Os nossos pequenos clubes apenas agradecem a sobrevivência; os nossos médios num patamar sem escada para cima e para baixo; e os grandes invejam-se, desrespeitam-se, avançam numa destruição generalizada e arrogante, que arrasta, de uma vez, a credibilidade, o bom nome e qualquer projecto maior e mais ousado de futuro.
Salvam-se os principais protagonistas, é certo, que tratam da vidinha o melhor que podem, sempre com a convicção de que o futuro não é aqui. E salvam-se as Selecções que conseguem, por artes mágicas, marcar a diferença e até conseguem públicos diferentes para os estádios."
Vítor Serpa, in A Bola
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