"O Benfica tem, agora, uma maneira muito estranha e sofrida de lutar pela cada vez maior proximidade do título. Tão estranha e tão sofrida que foram vários os adeptos que sentiram o coração algo desgovernado, como a equipa. É difícil de explicar pelas habituais análises técnico-tácticas, mas parece que as onze águias que Bruno Lage põe voar no início, não sabem o caminho para casa, fazem, por isso, largos círculos sobre a cabeça estonteada dos adeptos e não vislumbram nem rotas, nem pontos de chegada.
É preciso que, lá em baixo, o mar se altere e, no ar, soprem ventos contra difíceis de ultrapassar, para que, de repente, as águias descubram a saída do seu próprio labirinto e, fortes e velozes, cheguem, enfim, ao destino.
Foi assim em Braga; foi assim, este último sábado, na Luz. A verdade é que, para os benfiquistas, o final feliz dessas histórias, não os liberta de uma enorme ansiedade, nem de uma legítima pergunta: e se nas duas etapas que faltam, as águias, de tão nervosas, ainda se perderem pelo caminho?
O FC Porto, para não ter mais desilusões do que aquelas que tem tido, nem quer acreditar que isso possa acontecer, mas, pelo sim pelo não, de forma bem mais sólida e coerente, lá percorre o seu caminho.
Contas concretas: em circunstâncias normais, o Benfica precisa de fazer quatro pontos nas duas últimas jornadas, sem ter de jogar nenhum dérbi ou clássico, pareceria uma mera formalidade. Mas já se percebeu que não será assim. Há uma instabilidade emocional latente e, embora a equipa tenha vindo a reagir a tempo de a resolver, deixa natural receio e inquietação entre os seus."
Vítor Serpa, in A Bola
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