"Quando apareceu o VAR, alguns temiam que acabassem as polémicas da arbitragem nos jogos de futebol e, a acontecer, isso seria um desastre para o jogo e para o negócio.
Recordo-me, aliás, que tanto João Havelange como Joseph Blatter eram desalmadamente contra a entrada da tecnologia no futebol (como se fosse possível parar o vento com as mãos) porque acabavam as discussões que mais animavam o futebol e que prolongavam o jogo, nas casas, nos cafés, nos escritórios, durante uma ou mais semanas. Veio o VAR e, assinala-se, com notável contribuição dos árbitros portugueses, a discussão está mais acesa do que nunca.
Veja-se o jogo de ontem, no Bessa. Um penálti polémico assinalado ao minuto 91, que decidiu a vitória do Sporting, continuará certamente a ser falado durante toda a semana. E com razão, porque se o árbitro errou ao ver uma chapada com Rafinha, o videoárbitro confirmou o erro, talvez porque não tivesse sido cem por cento evidente que Rafinha não levou, mesmo, uma chapada.
Claro que olhando as repetições com atenção chegar-se-á à conclusão factual de que não houve nem mão nem braço na cara de Rafinha. Porém, poderá ter havido mão ou braço no ombro e o facto de Rafinha ter reagido como se tivesse levado uma chapada na cara, pode não anular a hipótese de ter sofrido falta na grande área e, por isso, ter sido mesmo penálti.
Não tiramos, aqui, conclusões finais sobre a justiça ou injustiça da decisão do árbitro, o que caberá noutras análises desta edição. Apenas nos interessa confirmar que nem Havelange nem Baltter tinham razão."
Vítor Serpa, in A Bola
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