"Gosto de assistir a um jogo de futebol. É um espectáculo único em movimento, colorido e animado, em que convivem diferentes estratos sociais e faixas etárias. Faz parte da entidade cultural de muitos países, movimentando assistências mais numerosas do que qualquer outra actividade.
Vibro com as vitórias do meu clube, no respeito por todos aqueles que são adeptos de outras cores. Fico fascinado com a movimentação colectiva de uma boa equipa, de que retenho na memória o Milan de Fábio Capelo, o Barcelona de José Guardiola ou o Porto de José Mourinho. Aprecio a arte dos muitos que fui vendo ao longo dos anos, como Eusébio, Cubillas, Oliveira, Maradona, Deco, Messi, Ronaldinho Gaúcho, Neymar ou Cristiano Ronaldo, só para citar alguns. Apreciei e aprecio mais as jogadas de um destes jogadores do que as músicas de um concerto dos manos Carreira. Não tenho medo de afirmar que, se tiver que escolher, prefiro um bom jogo de futebol a um espectáculo de ópera.
É um erro confundir futebol com algo de menos digno. Em Portugal é uma das actividades com sucesso, quando comparada com diferentes pontos do Mundo, incluindo a União Europeia. Só na actual época desportiva, ainda longe de terminar, os dois clubes que participam na Liga dos Campeões já contribuíram com quase 115 milhões de euros de saldo positivo directo para a balança de transacções. Em 2018, o Futebol Clube do Porto será mesmo a das melhores empresas nacionais neste capítulo.
Sendo uma actividade sujeita a um rápido e intenso desgaste, em que na melhor das hipóteses um jogador tem uma vida profissional útil de cerca de um terço do padrão habitual, não me parece aceitável que o nível de tributação se equipare na totalidade a qualquer outra actividade. Em países como a Espanha, ou Alemanha, por exemplo, os impostos sobre a actividade dos futebolistas chegam a ser quase metade dos praticados em Portugal. Finalmente, quando assistimos ao frenesim da luta pela aplicação da taxa mínima de IVA a todos os espectáculos, das salas de teatro vazias, aos concertos de verão com muita fumaça, terminando na inenarrável discussão do conceito da dor provocado pelos ferros espetados num animal, é revoltante ver o futebol a pagar taxa máxima, englobado no mesmo grupo das actividades obscenas ou de carácter pornográfico! É um insulto à inteligência de todos nós. Por isso digo que gosto de futebol. Ponto!"
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