"Noventa e nove jogos de futebol, seiscentos e trinta e nove lances apreciados pelo VAR, nove erros assumidos. É assim, através do Twitter, que o Conselho de Arbitragem pretende responder e inocentar-se da chuva de críticas que caíram sobre a incompetência utilização do videoárbitro.
A resposta, porém, denuncia mais quem se pretende esconder da discussão e do esclarecimento do que quem quer vir a público explicar e provar qualquer razão substancial. Primeiro, porque o Conselho de Arbitragem é parte interessada e não será, por isso, a entidade indicada para fazer acreditar que as suas contas estão certas; depois, porque mesmo que fosse verdade (e não será) ter havido apenas nove erros entre os mais de seiscentos lances visionados, era importante dizer concretamente quais, quem os cometeu, quem foi beneficiado, quem saiu prejudicado. E era importante, porque se torna fundamental entender se há, como parece, um padrão nesses erros.
A modernidade da comunicação, cada vez mais básica e equívoca, começa, aliás, a ser uma conveniência para evitar o contraditório e para procurar remeter o que pode ser um preocupante erro estrutural do sistema num insignificante dano ocasional.
Porém, o problema existe e não se resolve com uma estatística feita à medida da necessidade imediata. A arbitragem e toda a estrutura que a sustenta não sobrevive sem credibilidade e esta não sobrevive sem transparência. A começar pela análise séria dos resultados alcançados com essa famosa fórmula de guardar em segredo a classificação dos árbitros. Se é que tais classificações existem..."
Vítor Serpa, in A Bola
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