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Acho que vale a pena recordarmos o que foi feito de 2001 até agora. Lembro-me perfeitamente, quando cheguei pela primeira vez ao Estádio da Luz, disse ao meu filho: ‘O que está desta porta para fora é um grande Benfica. Quando entrares nesta porta, vais ver o que é impensável num Clube com esta história’. Há, em todo este processo, pessoas que marcaram e marcam o Benfica. Um deles foi o Mário Dias, obreiro da construção do Estádio em 24 meses; em 2006 já estávamos a inaugurar o Centro de Estágio e, tudo o que se fez, era a pensar na autoestima dos Benfiquistas, para sentirem que voltávamos a ser Benfica. O Estádio da Luz foi muito importante pois aproximou todos os Benfiquistas e permitiu começarmos uma nova história no Benfica. Essa história é uma história feita por pessoas que teve capacidade de transformar as mentalidades e profissionalizar o Clube. Nessa altura, um dos projectos que tinha era a aproximação aos Sócios e dos Sócios ao Benfica. Daí o célebre kit para trazer mais Sócios e acrescentar valor.
Conseguimos chegar até aqui de uma forma que nos orgulha muito. Partimos de um ponto onde não tínhamos crédito e chegámos a um ponto onde somos uma referência em termos mundiais, mesmo em termos de gestão e organização. Só assim foi possível chegar aquele que era um sonho muito importante. Costumo dizer que consigo ou tenho a capacidade de não ver a árvore, mas ver a floresta. Uma das árvores que era preciso implementar era o Caixa Futebol Campus. Felizmente para o Benfica houve um grupo de homens para dedicar um bocado da sua vida a esta obra.
Depois deste tempo todo passar, o Caixa Futebol Campus era prioritário porque o Benfica teria de voltar a ter uma identidade própria e isso passaria pelo Seixal. Foi inaugurado em 2006, mas desde então teríamos de conseguir uma equipa competitiva. As nossas equipas eram só estrangeiros e com poucos formados no Clube. Quando começaram a aparecer jovens com essa qualidade, colocámos na Europa o nosso talento já que não o conseguimos colocar à disposição do Benfica. Colocámos vários jovens, através de uma via financeira, que hoje são referências a nível mundial. Também por isso o Caixa Futebol Campus é reconhecido a nível mundial.
Há cerca de dois anos, entendi que deveríamos dar um pulo bastante elevado. Algo bastante notório é que tínhamos crescido. Não havia espaço para as pessoas poderem sentar-se e dialogar, pensar em termos estratégicos. O Benfica fez um investimento em termos estratégicos de criar condições para todos aqueles que praticam desporto. Condições, se calhar, ímpares em termos europeus. No Caixa Futebol Campus queremos construir o célebre colégio para os nossos atletas e para fora também, não será fechado. Numa primeira fase, vai ser construído para 650 alunos, numa segunda fase para 800 e numa terceira para 1.200. Isto também tem a ver com uma estratégia internacional. Estamos para fechar um acordo com a Quinta do Álamo que dar-nos-á a capacidade de termos mais seis campos e outra unidade hoteleira. Aí fecha-se um ciclo de investimento no Seixal, a nível de infraestruturas. O único ciclo que não vamos fechar é em termos de capital humano. Aí vamos estar sempre a evoluir e a querer o melhor.
Temos sempre uma ideia formada que é a estabilidade e a continuidade que dão sempre grandes resultados. Por isso fazemos contratos longos com os nossos treinadores, funcionários e com os colaboradores, para que eles também façam parte do momento e do projecto, sentindo que é também um pouco deles. Não queremos que o projecto seja pessoalizado porque isso é a história que um dia irá dizer. São vocês todos que proporcionam ao Sport Lisboa e Benfica este sucesso que temos. Nós queremos mais e por isso estamos a criar estas condições todas. Queremos ser a referência mundial da formação. Aquilo que, neste momento, o Benfica já está a fazer é reter talento. A estratégia do Benfica passa por isso pois, se o Benfica algum dia quiser voltar a ser Campeão Europeu, por apostar jogadores da nossa casa, com identidade à Benfica e pela qualidade que têm. Vamos continuar a construir talento. Temos de ter audácia de os lançar e para isso temos um homem que é o Rui Vitória.
Compete também – e aqui principalmente ao Pedro Mil-Homens – passar a mensagem para cima de que são estes os valores da nossa casa. Quando têm qualidade e se apostam neles, eles têm sucesso. Vou dar três casos: não há lateral-direito? Temos em casa, é o Nélson Semedo; não há número 8? Temos em casa, é o Renato; não há central? Há o Rúben Dias. É a partir daqui que temos de fazer a nossa afirmação. Há três ou quatro jogadores que na próxima época têm de estar no plantel principal do Sport Lisboa e Benfica: Jota, Ferro, Florentino e o Willock. Não podemos ter o talento em casa e pô-lo a rodar noutro clube. Sou um sonhador por natureza, mas gosto de concretizar os meus sonhos. Hoje, todos nós temos de ter o orgulho de trazer os nossos filhos ou netos a ver a história do Benfica. Ela está aqui, no Museu. A história é bonita e tem mais de 100 anos.
Tenho uma frase do meu pai… quando vim para presidente do Benfica, o meu pai disse: o meu ventoinha vai endireitar o Benfica. Hoje, infelizmente, ele não está vivo para ver esta realidade. Somos uma referência no mundo do futebol e é graças a todos vós, aqui presentes, que se têm sacrificado para termos um Benfica à Benfica. Peço que continuem a viver assim porque o Clube vai criar todas as condições para cada vez sermos maiores e de voltarmos a ser Campeões Europeus, que é um sonho.
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Ventoinha, és o maior. CARREGA BENFICA A CAMINHO DO 37º
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