"Os jogadores do Benfica mereceram nota seis na parte técnica, nota oito na disciplina táctica e nota dez na entrega ao jogo. Insuperáveis!
O Benfica contrariou a tese que coloca o estádio da Luz como salão de festas do FC Porto e venceu, com inegável justiça, o clássico de ontem. Depois de uma metade inicial penosa, mal jogada de parte a parte e pejada de faltas, a equipa de Rui Vitória foi superior ao adversário, nos processos e na organização, e garantiu três pontos importantes para as contas do título. Não sei o que terá dito Rui Vitória aos seus jogadores entre Atenas e Lisboa, mas uma coisa é certa: funcionou. Sem produzir um futebol de qualidade, o Benfica ancorou o triunfo sobre os dragões na enorme entrega e insuperável atitude dos seus jogadores, que valeram nota seis na parte técnica, nota oito na disciplina táctica e nota dez na forma como suaram a camisola encarnada.
A 26 jornadas do fim do campeonato, é preciso ter alguma cautela e muita prudência nas projecções a fazer. Mas não será, por certo, abusivo constatar que a produção de jogo do FC Porto está longe do que se viu, na época passada, à equipa de Sérgio Conceição. Quanto ao Benfica, apesar da vitória, fica a sensação de que a equipa deverá evoluir para fórmulas mais ousadas, que aproveitem o poder de fogo que está no banco.
Para facilitar, evitando contaminação clubistas, coloquemos Benfica, FC Porto, Lema, Fábio Veríssimo e Jorge Sousa, fora da equação. Mas tomemos, por base de trabalho, o lance da expulsão do central argentino do Benfica, no clássico de ontem. Será que, perante uma decisão tão obviamente errada, que podia ter adulterado o resultado final, não haverá explicações a dar, por parte dos responsáveis da arbitragem, aos adeptos? A ideia que fica, jogo após jogo, semana após semana, é que estamos perante um lote de árbitros com manifestas insuficiências. Há que ter paciência...
Para facilitar, evitando contaminações clubistas, coloquemos SC Braga e Rio Ave, Bruno Viana e Galeno e Tiago Martins e Bruno Paixão, fora da equação. Mas tomemos, por base de trabalho, o derradeiro lance do jogo do último sábado, na Pedreira. Será que o presidente do Conselho de Arbitragem da FPF não deve vir a público explicar as razões que terão assistido ao árbitro e ao VAR para não ter sido assinalado grande penalidade favorável aos forasteiros? Ou, até, assumir culpas por um atropelo, incompreensível à luz dos meios colocados ao serviço da arbitragem? Silêncio é que não não!
Ás
Rúben Dias
Grande exibição, a primeira de nível superior num clássico, sem paragens nem faltas desnecessárias, sempre concentrado e a vestir a pele de líder encarnado dentro das quatro linhas, numa antecipação do futuro, assim continue na Luz. O Rúben Dias de ontem tem tudo para ser o sucessor de Pepe na Selecção Nacional.
Ás
Rui Vitória
Semana de ouro, mais pelos resultados do que pelas exibições, é certo, mas com triunfos frente a AEK e FC Porto que recolocaram os encarnados no rumo certo. E; por paradoxal que pareça (por interromper série vitoriosa), o interregno que se segue será bem vindo, momento para reagrupar tropas e assentar ideias.
Ás
Shoya Nakajima
Dois golos e duas assistências na vitória do Portimonense, que era lanterna-vermelha, sobre o Sporting, ficam na história deste pequeno japonês (1,64m), de 24 anos, transbordante em talento e irreverência. Parece impossível como nenhum dos grandes se interessou por Nakajima, um dos melhores jogadores da Liga portuguesa.
João Cancelo, até onde?
Joaõ Cancelo, 24 anos, produto futebolístico do Seixal, deixou o Benfica há quatro anos, era ainda um projecto de jogador, a troco de 15 milhões de euros, pagos, à altura, pelo Valência, numa altura em que o clube da Luz precisava de acalmar a tesouraria. Hoje, na Juventus, Cancelo está a atingir patamares de excelência que levaram às seguintes apreciações, nos jornais de ontem, relativamente ao jogo que fez em casa da Udinese: 'Coriere Dello Sport': «Ter um jogador assim na lateral-direita é um luxo que poucos podem dar-se. Tem pés de maestro e acelerações de velocista. Fez a assistência do 1-0 e andou perto do golo. Devastador». 'Gazzetta Dello Sport': «Parece um desperdício que tanta classe esteja relegada a uma ala, no papel menor de lateral-direito, mas talvez seja preferível ser o melhor dos laterais que o quarto ou quinto dos outros. A assistência para Bettancourt roçou a perfeição, um cruzamento digno de David Beckham...»
O que ganhou Mourinho? Tempo? Espaço?
«Se chover em Londres a culpa será minha. E se correr alguma coisa mal com o Brexit, também...»
José Mourinho, treinador do Manchester United
A vitória épica sobre o Newcastle deu mais tempo a José Mourinho, à frente do Manchester United. Mas terá dado mais espaço ao treinador português, envolvido numa guerra sem quartel com o homem de confiança da administração norte-americana dos red devils? Uma coisa é certa: o futuro de Mou depende de um equilíbrio defensivo que a sua equipa não mostra.
A única resposta de Cristiano Ronaldo
No meio de um turbilhão mediático, Cristiano Ronaldo respondeu como melhor sabe, mostrando-se focado no essencial da sua profissão, o golo. No mais, entre contrainformação e especulação, a justiça terá o seu modo, num tempo onde deve ser observada a presunção de inocência..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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