"O Sporting vai para uma assembleia geral, marcada para 23 de Junho, onde os sócios decidirão sobre a destituição do actual Conselho Directivo. Caso essa proposta tenha proveniente, serão convocadas eleições antecipadas. Este cenário, grave em qualquer circunstância, mas com acrescida relevância durante o defeso do futebol e na constância de uma negociação financeira importante, pode ser ainda pintado em tons mais escuros perante a convicção, ontem manifestada por Bruno de Carvalho, de que há matéria para impugnação judicial, lançando o clube num impasse de proporções bíblicas. Perante tudo o que está a acontecer, a pergunta, única, que deve ser feita, é qual a melhor fórmula para defender os superiores interesses do Sporting, o seu futuro e a sua sobrevivência? Aqui chegados, a solução é simplificar e aceitar os fundamentos da democracia. A voz deve ser dada ao povo que, na sua máxima sabedoria, decidirá. Porém, aquilo que se verifica é uma obstinação e um apego ao poder, que contraria a ideia de democracia e se barrica numa irredutível aldeia gaulesa, alimentada por uma poção mágica feita com estratos de essência de autoritarismo.
Anteontem, o mesmo do Sporting era de extrema gravidade. Ontem, os destinos dos leões passaram a ser manifestamente incertos. Hoje, ficar-se-á a saber se os interesses individuais continuarão a sobrepor-se ao que é melhor para o clube. Amanhã, é bom que os sócios e adeptos do clube fundado em 1906 perceberam o que pode estar realmente em causa. Um Sporting em estado de guerra civil será apenas uma fracção do que foi sonhado pelos seus fundadores, há 112 anos..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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