"1. O presidente da Mesa da Assembleia Geral (PMAG)
O PMAG anunciou, urbi et orbi, que o presidente da direcção (PD) não tinha condições para continuar à frente dos destinos do clube e que enquanto ele lá permanecesse não haveria paz.
Quero crer que quem ocupa uma tão elevada posição no clube não profere, seguramente, tão graves afirmações de ânimo leve.
O PD respondeu ao PMAG da forma que sabemos, ou seja, com um ácido ataque pessoal, que foi até Vila Nova de Poiares. A partir daí, o PMAG guardou de Conrado o prudente silêncio. Atitude que me custa a perceber, porquanto se o Sporting corre grave perigo institucional que o PMAG assinala, só lhe resta extrair as óbvias conclusões, ou seja convocar uma assembleia geral, para destituir o PD, nos termos estatutários; pode fazê-lo, por sua exclusiva iniciativa, nos termos da alínea a) do nº 1 do artº 51º dos estatutos.
Com uma agravante, é que esta inércia do PMAG pode muito bem interpretar-se , como receio de ser, ele próprio, destituído, ou seja ir buscar lã e sair tosquiado.
2. O presidente da direcção (PD)
Concedo que o PD, nas suas próprias palavras, sendo também pai e filho (?), não é robô nem é parvo. Só que também é bom que não se convença que os outros são parvos. Digo isto porque, por mais pretextos a que recorra para não se cruzar com a equipa de futebol profissional, é evidente que existe um absoluto mal-estar (é o menos que se pode dizer) entre ambos.
Compreendo a táctica do PD, que é o de fazer-se de morto e de vítima (quando fala), à espera que a tormenta passe e alguns resultados ajudem. Esta postura poderá ajudá-lo a ultrapassar o síndroma dos lenços brancos e da indignação dos adeptos, e, no essencial, a manter-se no lugar de que tanto gosta. Não resolve , porém, a questão relacional com a equipa.
Como o Sporting não é o Olympiacos, em que o presidente é dono do clube e corre com os jogadores e treinadores, a seu capricho, para se restabelecer a normalidade, o PD, que não é dono do clube, terá necessariamente, no mínimo, de se retratar e pedir desculpas pelos actos irreflectidos que praticou. E a questão que se coloca é esta: será ele capaz?
No entretanto, reina a paz podre, o equilíbrio instável, que mina a dignidade institucional do clube e faz dele notícia, pelas piores razões, por esse Mundo fora.
3. Um PD em burn out; um PMAG e um PD de candeias às avessas; um PD que se incompatibilizou com a equipa principal de futebol, a SAD a propor o adiamento do reembolso de um empréstimo obrigacionista, que é sempre um péssimo sinal para o mercado.
Sinais preocupantes de uma profunda crise. Não será altura de os sócios se pronunciarem?"
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