"O desporto, graças a uma linguagem universal que é a sua matriz, está vocacionado para aproximar povos e criar pontes entre gentes desavindas. Esta é a ordem natural das coisas, por vezes pervertida por comportamentos irracionais que transformam a festa em exercícios penosos de estupidez humana.
Há muitos anos que o Mundo vive ameaçado pela filosofia belicista da Coreia do Norte, acompanhada agora por uma crescente aptidão tecnológica. A este dado acresce a chegada à Casa Branca de Donald Trump, elemento perturbador, pelo comportamento errático que lhe está associado. A conjugação destes dois factores - se quisermos simplificar Kim Jong-un e Donald Trump, cada um a reivindicar um botão nuclear maior do que o do outro - podia ser um pouco como o encontro da nitro e da glicerina...
Foi neste contexto tenso que ontem ficou a saber-se que o desporto foi utilizado como válvula de escape para uma pressão que ameaçava explodir. A Coreia do Norte vai participar nos Jogos Olímpicos de Inverno, que se disputarão este ano em Pyeongchang, na Coreia do Sul, entre 9 e 25 de Fevereiro, a 80 quilómetros apenas as Coreias e o governo de Seul já qualificou estes Jogos como «A Olimpíada da Paz».
Há alguns anos, Sepp Blatter, que também fez coisas bem feitas, orgulhava-se de a bandeira da FIFA proporcionar, no Médio Oriente, um santuário mais seguro do que a bandeira da ONU. É esta a verdadeira vocação do desporto. Por favor, não estraguem...
PS - Em 1991, uma selecção unificada da Coreia participou, em Portugal, no Mundial de sub-20 em futebol."
José Manel Delgado, in A Bola
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