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quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Segurança rodoviária e desporto

"Em relação aos condutores era preciso que a disciplina de Actividade Gímnica e Desportiva funcionasse

Max Cunha dizia que, quando jovem, “afirmava coisas sem lógica, era repreendido pelos pais e professores; mais tarde, quando passou a dizer coisas com lógica, era ‘agredido’ pela sociedade”...
1 – Vem isto a propósito da segurança rodoviária, ou melhor, da falta dela, já que há da parte de certas “autoridades”, ligadas ao assunto, uma enorme hipocrisia, uma grande falta de lógica e também algum cinismo, mas acima de tudo uma enorme desonestidade intelectual que está na base de tudo isto.
Ora vejamos: há “autoridades” (só de nome) que entendem que se deve desprezar a tecnologia e que os carros, independentemente do ano de fabrico, devem poder andar todos à mesma velocidade.
Será que a tecnologia automóvel não evoluiu nada em 50 anos?
É aqui nesta “apreciação”, em que o legislador demonstra a sua profunda arrogância e ignorância, já que as condições de segurança são completamente diferentes do que eram há 50 anos, que das duas uma: ou um Fiat 500 não poderá ultrapassar os 60 km/h numa autoestrada, ou então um Mercedes poderá andar, na mesma autoestrada, a 150 km/h. A não ser assim, não há lógica, e quando isso é reconhecido pelos condutores, eles próprios corrigem esse lapso.
Mas há muito mais: é que o próprio Estado usa de má-fé e dá-se ao “luxo” de mandar cobrar altas taxas para os carros de alta potência, que dão velocidades superiores a 200 km/h, e depois manda multá-los porque ultrapassaram os 120 km/h!
Pensamos que o Estado, então, não deveria autorizar a venda de carros que possam atingir mais de 120 km/h. Isto é que seria lógico, sério e decente – só que o Estado perderia milhões de euros em impostos e em multas!
Mas, meus amigos, se querem um raciocínio lógico e querem dar um exemplo de seriedade, têm de mudar de práxis, ou então ficam com o odioso da falta de honestidade, como no AIMI para casados em comunhão de bens!
2 – Mas falemos de segurança rodoviária. Há três vetores a considerar: as estradas, as viaturas e os condutores.
a) As estradas, por vezes, não são cuidadas com rigor, e inclusive não são eliminados pontos negros onde se verificam repetidos acidentes, com mortos e feridos, sem que nada mude.
b) Em relação às viaturas, não há uma política séria de análise de viaturas que, como já foi dito, não tem qualquer lógica, ou seja, deixam um carro com 50 anos de idade e de pequena cilindrada circular a 120 km/h numa autoestrada, enquanto impõem a mesma velocidade (120 km/h) a um Mercedes, a um Audi, ou um Jaguar, etc., etc., novos, com uma tecnologia moderna e com sistemas avançados de segurança.
É que, de facto, não tem lógica e não é sério!
c) Em relação aos condutores era preciso que a disciplina de Atividade Gímnica e Desportiva, nas escolas, funcionasse de modo eficaz, o que não acontece, já que a maioria dos condutores não sabe o que é o estereótipo motor-dinâmico, não tem coordenação óculo-manual nem espácio-temporal, não sabe gerir uma sinergia muscular e também não faz ideia para que lado deve virar o volante quando, com chuva, o carro derrapa para a direita ou esquerda.
O A.C.P. e a Faculdade de Motricidade Humana, da ex-Universidade Técnica de Lisboa, poderiam ter um protocolo, permanente, para estudar e propor às autoridades responsáveis como fazer para evitar esta mortandade nas estradas. Mas será que alguém estará mesmo preocupado com o assunto? Então porque continua tudo na mesma?"

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