Últimas indefectivações

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Ippon de uma vida

"Nunca falei com Célio Dias, mas sou sua amiga virtual. Uma vez, talvez um pouco antes dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro do ano passado, enviei-lhe um pedido de amizade pelo Facebook, que aceitou. De então para cá comecei a seguir as suas publicações, apenas acessíveis aos amigos, os virtuais e os outros, e acompanhei, quase em directo, a sequência de publicações que o judoca do Benfica fez nos últimos dias. Com preocupação, diga-se.
O Célio tem vindo a mostrar de há alguns meses a esta parte, talvez logo depois dos Jogos Olímpicos, um desequilíbrio emocional crescente. Certamente tinha expectativas elevadas para a competição, mas foi eliminado ao primeiro combate por um atleta do Benin e regressou a casa triste, humilhado, frustrado. Prometeu reerguer-se mas nunca o fez. Refugiou-se nos livros, na filosofia, só que o seu discurso foi ficando cada vez mais confuso, incoerente. E preocupante.
Há poucos dias, já depois de ter sido 9.º no Campeonato do Mundo, em Budapeste, fez uma série de ‘posts’ em que deu asas à revolta e não poupou ninguém: o Benfica, o Comité Olímpico, a Federação, a família, os amigos, os conhecidos. Usou palavras pouco simpáticas, fez ameaças, considerações sobre a sua vida pessoal, sobre a vida pessoal de outras pessoas… A realidade é que entrou numa espiral depressiva preocupante e precisa de ajuda. Urgente!
O que o terá levado a este alarmante estado de espírito só o próprio e os que lhe são mais chegados podem saber. Terá sido a pressão dos resultados? Problemas pessoais, familiares ou de saúde?
O Célio tem apenas 24 anos e está internado. Torcemos para que recupere depressa. A boa notícia é que o atleta e a sua família não têm de lidar com tudo isto sozinhos. O Benfica não o abandonou – renovou-lhe inclusivamente o contrato há pouco tempo ; o Comité Olímpico e a Federação acompanham de perto a situação e os amigos mais chegados, mesmo tendo estado na sua ‘mira virtual’, vão certamente perdoar-lhe os devaneios e ajudá-lo neste combate, decerto o mais importante da sua vida. Que ganhe por ippon e que regresse em força, pois gostaríamos de o ver nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.

O ténis nacional pode viver este fim de semana um dos seus melhores momentos de sempre: se vencer a Alemanha, Portugal apura-se pela primeira vez na história para o Grupo Mundial da Taça Davis!
A Alemanha traz Boris Becker (na qualidade de director técnico nacional), mas não conta com os irmãos Zverev nem com Philip Kohlschreiber. Continua a ser uma equipa forte, é um facto, mas não deixa também de ser teoricamente mais acessível. Amanhã, sábado e domingo todos os caminhos vão dar ao Jamor!"

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