"No momento em que se inicia mais um campeonato, Luisão tem 321 partidas disputadas com a camisola do Glorioso na principal competição nacional. Jogos oficiais são mais de cinco centenas em 15 temporadas. Está a escassos oito jogos de ultrapassar o mítico Manuel Galrinho Bento, passando a ser o sexto jogador com mais jogos no campeonato. Se cumprir toda a época a titular, ultrapassará o Shéu e ficará a poucos jogos de Humberto Coelho. À sua frente restarão Coluna e Veloso e só as presenças de Nené no campeonato (422) parecem inalcançáveis no futebol moderno.
A expressão relevante é mesmo "futebol moderno". Com 20 troféus ganhos em 14 anos de Benfica, Luisão passou a ser o jogador mais titulado do clube. Num mundo do futebol onde o amor à camisola é território reservado aos adeptos, alcançar números destes em 2017 é sintomático e ajuda a compreender a senda vitoriosa do Benfica.
No imediato, a presença em campo de Luisão produz um efeito. O que o capitão já não tem (aliás, nunca teve) em velocidade, compensa com posicionamento e com a forma como organiza defensivamente a equipa. Em campo, a sua voz de comando vale bem mais do que qualquer outro atributo. Contudo, o papel mais importante do brasileiro é, mesmo, a liderança no balneário.
É sabido que as conquistas trazem conquistas e que a cultura de vitória conta mesmo. Faz, por isso, toda a diferença ter, no balneário, jogadores habituados a ganhar, mas que não se encostam às conquistas. Basta, aliás, ver a entrada do Benfica em campo na Supertaça para se perceber a força anímica da equipa. Quando o clube é atacado por tudo e por nada, quando em torno das nossas vitórias se lança uma cortina de suspeição, os jogadores respondem com um domínio avassalador. Provavelmente, poucas coisas ajudarão tanto o Benfica a vencer esta temporada como os ataques ao clube. Luisão, estou certo, é um dos que transforma estes ataques num suplemento de alma que aproxima o Glorioso das vitórias. A sede de ganhar é a marca de Luisão.
Mas, talvez, convenha recordar que, precisamente há um ano, se discutia a saída dourada de Luisão para o Wolverhampton, esse colosso das Midlands, também conhecido como o clube dos amigos de Jorge Mendes. Se muitos o julgavam acabado e queriam-no ver pelas costas, o capitão reconquistou a titularidade e reabriu o caminho para mais conquistas. Devemos agradecer-lhe mais esse exemplo de persistência.
Nota: todas as semanas, nas páginas do Record, enquanto analisa as arbitragens, o comentador Marco Ferreira encarrega-se de explicar porque razão o árbitro Marco Ferreira esteve sempre perto de descer de categoria, o que acabaria por acontecer em 2015 com seis notas muito negativas (recorde-se, nenhuma em jogos do Benfica). No fundo, é útil que continue a escrever: aviva a memória."
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