"O "ser saudável" transformou-se, já há alguns anos, num dos segmentos de new business com maior progressão em termos comerciais.
Empresas do sector público e privado desmultiplicam-se em acções, ora de marketing, ora de informação, onde, com um intuito comercial ou puramente pedagógico, procuram "agitar" (dificilmente será mais do que isto e, conseguindo este efeito, já será muito bom) a consciência da comunidade, no que respeita aos seus "indicadores de saúde".
Por esta razão, são lançadas muitas campanhas de marketing (no caso da indústria do fitness) ou até de triagem no despiste de determinada condição clínica (diabetes, surdez, risco cardiovascular, entre outras), em diversos canais de comunicação.
De facto, uma maior consciência global da importância da saúde, através de uma mudança do paradigma anterior, mais focado na "doença", tem resultado numa comunicação em massa de que "devemos agir" de forma diferente, escolhendo comportamentos de saúde e não de doença (ex: consumo exagerado de doces, sedentarismo).
Até aqui, tudo ok.
Contudo, tratar-se-á, apenas, de mais uma "moda"?
As características antropométricas de cada pessoa são claramente distintas, a resposta fisiológica ao exercício ("entendido" pelo nosso organismo como um processo "agressivo" que origina uma resposta inflamatória) é diferente consoante a nossa "qualidade" muscular, o tipo de exercício, o contexto que nos envolve e... até o nosso estado emocional.
Então, se em busca de ser mais saudável as pessoas se "documentam" em ferramentas como os vídeos na internet onde, os bloggers, vloggers e "opinion makers" (por vezes, com largas centenas de milhar de seguidores) eticamente responsáveis (porque, lamentavelmente, há muitos que não o são), reflectem apenas sobre as "receitas de saúde" que seguem para dar resposta às suas características pessoais (atendendo a que não possuem conhecimento científico adequado para aconselhamento especifico) ou em, por exemplo, livros... os resultados serão, certamente, pouco rigorosos, pouco consistentes e, lamentavelmente em alguns cenários até perigosos, dado estarmos a falar de ferramentas de comunicação em larga escala, logo, incapazes de dar resposta à especificidade única do corpo de cada pessoa...
Logo, aquilo que maioritariamente se alcança:
- são clientes para as clínicas de fisioterapia, resultantes de overuse, erros posturais ou técnica incorrecta;
- são clientes para a área nutricional, resultantes de desregulação de um padrão alimentar que não se adequa às necessidades do sujeito, com forte compromisso da qualidade emocional (maior labilidade), do sono e fadiga;
- são clientes para a área cardiovascular, com episódios agudos de miocárdio;
Entre tantas outras áreas que "beneficiam" da "nossa vontade" (às vezes, quase vivida como um processo de "escravatura" auto-infligida, por pretender apenas dar resposta a uma "exigência social") em ser saudável.
Em boa regra, e como em tantas outras áreas, ser "saudável", começa por cada pessoa tentar perceber o que é que isso representa para si própria, atendendo ao seu actual "state of art", que mudanças está disposta a fazer (por si e para si... não porque as pessoas à sua volta estão todas a fazer a dieta "a" ou "b", a treinar neste ou naquele ginásio...) e, acima de tudo, procurar ajuda de técnicos especializados para o efeito e aceitar e comprometer-se com a alteração de um estilo de vida... para a vida.
Acima de tudo, é suposto "ser bom" ou, por outras palavras, é suposto que esta mudança traga mais bem-estar (psicológico) e não o inverso."
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