"Excelente partida para esta fase da época, intensa e pejada de ocasiões de golos.
Águia com início demolidor
1. Início demolidor da equipa da Luz. Mandona, em contínuo ataque e empurrando os vitorianos para a sua área. Baseando as suas acções numa constante mobilidade, confundia as referências defensivas do adversário e o seu carrossel ofensivo espartilhava a ténue organização defensiva vitoriana, apesar do duplo pivot. Os dois golos do Benfica surgiram com toda a naturalidade, tamanha a superioridade dos homens de Rui Vitória. Para adensar o desastre colectivo, os erros individuais dos minhotos acumulavam-se e a superior qualidade da águia permitia-lhe gerir a partida a seu bel-prazer. As oportunidades sucediam-se junto à baliza de Miguel Silva e adivinhava-se uma goleada ainda na primeira parte. Mas os homens da cidade berço reagiram. Cresceram no terreno, embora libertando espaço para o Benfica - de aí que o ataque rápido e o contra-ataque passassem a constituir as principais abordagens ofensivas encarnadas. Por isso, o golo vitoriano surgiu no momento exacto, aproveitando aquilo que pontualmente ia se tornando evidente: a gritante falta de coordenação que a defensiva benfiquista evidenciava. O Vitória reentrava na partida e esta ganhava novos motivos de interesse.
Do equilíbrio às falhas fatais
2. O recomeço da partida mostrou, porém, e de novo, a superioridade do Benfica. Por duas vezes a terceiro golo podia ter surgido. Mas com o decorrer do jogo, o Vitória equilibrou a contenda e a diferença mínima fazia os homens de Pedro Martins acreditar noutro desfecho. O desafio desenvolvia-se no campo todo e o desacerto defensivo de ambas as equipas salpicava-o de oportunidades de golo e prendia os adeptos ao espectáculo. O equilíbrio era, então, promovido pelas oportunidades criadas pelos dois conjuntos. O Vitória, no seu melhor período, teve em Hurtado fantástica oportunidade de empatar a partida e premiar a reacção minhota ao longo duma bem conseguida segunda parte. Mas seriam os erros defensivos, uma vez mais, a penalizar, agora em definitivo, as aspirações da equipa de Guimarães.
Desfecho justo
3. Em suma, vitória justa do Benfica apesar de uma corajosa e competente reacção do Vitória. Excelente partida para esta fase da época, intensa, pejada de ocasiões de golos - colocaram a nu gritante permeabilidade defensiva das duas equipas -, mas foi o Benfica, mais mecanizado, oleado e constituído por melhores jogadores, a fazer valer o seu melhor futebol para ganhar com mérito, apesar de algum desnorte na segunda parte, talvez inebriado pelas facilidades alheias. A muita alma vitoriana foi traída pela apatia inicial e pelos respectivos erros..."
Daúto Daquirá, in A Bola
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!