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quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

A novos começos

" “Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera, desde sempre."
Carlos Drummond de Andrade
Este poema de Carlos Drummond de Andrade toca num ponto fundamental da nossa evolução: sermos capazes de mudar... ou, mais do que isso, sermos pro-activos na busca da mudança. 
Efectivamente, seja qual for o contexto que se possa estar a considerar, o que é um facto é que, se queremos procurar um resultado diferente na nossa vida, alguma coisa temos que mudar... E, essa mudança, começa dentro.
E, demasiadas vezes, esse é o grande desafio.
Demasiadas vezes ouvimos atletas responsabilizar os treinadores pela sua falta de oportunidades, demasiadas vezes observamos treinadores responsabilizar atletas e/ou árbitros pela “falta de sorte”. 
De igual forma, frequentemente ouvimos professores queixarem-se de alunos, alunos de professores, coreógrafos de bailarinos, bailarinos de coreógrafos... e, possivelmente, esta lista seria infindável.
De facto, por tradição ou educação, parece que todos temos sido “pré-programados” para questionar tudo e todos que estão à nossa volta e, muitas vezes, apenas em última instância (e nem sempre!), questionarmo-nos a nós próprios.
A generalidade da literatura que tem sido produzida na área da Psicologia do Desporto, em contexto de alto rendimento, estejamos a falar de atletas ou treinadores, tem apontado alguns factores de sucesso, dos quais, a propósito deste artigo, gostaria de destacar.
Focam-se apenas no que controlam - por outras palavras, focam-se, quase exclusivamente, no seu próprio comportamento e no que podem fazer para atingir níveis superiores de performance. Para este tipo de atletas/treinadores, cada treino assume-se como uma oportunidade... uma oportunidade para melhorar “aquela” acção específica que, mais cedo ou mais tarde, os aproximará do objetivo que desejam.
Então, o desafio que este poema transporta, passa precisamente por este aspecto:
Sermos capazes de questionar o nosso próprio comportamento, avaliarmos em que medida ele já se encontra no patamar que desejamos e em que medida precisamos mudar para continuarmos a ser capazes de aproveitar cada treino, cada dia, como uma oportunidade de consolidação ou optimização da nossa performance.
Atletas e treinadores (e, em última análise, todos nós) têm, se assim o escolherem, a possibilidade de usar cada experiência (cada sucesso mas, ainda mais importante, cada erro/fracasso..) como motor de otimização das suas próprias competências.
O ponto de partida, para todos nós, é ao mesmo tempo, muito óbvio: começarmos por nós próprios, por todos os “pequenos nadas” que podemos corrigir, antes sequer de dedicarmos um minuto que seja a questionar o comportamento dos outros.
365 dias, 365 oportunidades... muito mais do que um mero “cliché”, é o desafio que acabou de nos bater à porta!"

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