"O problema é de quem falha tantos golos. E não de quem não lhes dá a 'mãozinha' quase sempre num lance no fim do jogo.
Pedimos desculpa por esta interrupção
1. Em Outubro, com alguma surpresa, o Benfica emitiu um comunicado, no seguimento de uma frase de Luís Filipe Vieira, demarcando-se de algumas posições da crítica aos nossos rivais.
Sei bem dessa dicotomia, porque, também no futebol, como em tudo na vida, há sempre duas linhas muito bem distintas sobre o caminho a percorrer, em cada momento.
Era (ou ainda é?) assim nos partidos maoístas, leninistas, estalinistas e, até trotskistas... com a slinhas vermelha e negra em confronto.
Ou, citando D. João II, porque... «há tempos de usar de coruja e há tempos de voar como falcão».
Numa antecipação das velhas divisões de todas as superpotências, sobre a coexistência dos falcões e de pombos.
Ou, numa versão benfiquista, de águias e de... (escolham o que quiserem).
Em cada momento, há sempre alguém mais propenso para a conciliação porque... dá menos trabalho (entendendo-se por trabalho, também, tudo o que quiserem).
É evidente que no Benfica não é diferente.
Não obstante essa posição assumida, oficialmente, pelo Presidente - e com todo o respeito que me merece cada uma das suas declarações,... no limite, por serem do Presidente do Benfica - sempre achei que esse não seria o caminho a seguir, porque consubstanciaria um enorme erro estratégico.
Nem sequer, é o estilo de Luís Filipe Vieira.
Não é estranho que o Benfica reaja, nem sequer que aponte o que acontece com os outros clubes, para provar, neste caso, a injustiça de que Luís Filipe Vieira está a ser alvo.
O que é estranho e incompreensível é, precisamente, o contrário. Do Benfica esperar-se uma reacção a tudo aquilo que se diz contra o clube. Até porque, quem não se sente não é filho de boa gente.
Sabem todos que defendo a tese do olho por olho, dente por dente. Como sei que há quem defenda o contrário. Essa posição poderá ser cómoda, mas não tem nada a ver com o que é o Benfica! Como, aliás, Luís Filipe Vieira sabe.
E tanto sabe que, logo na primeira oportunidade, corrigiu o tiro e mandou às malvas as pombinhas que lhe segredaram ser outra a melhor postura.
O que demonstra que tem consciência da importância da resposta a um ataque ao clube.
E fê-lo no momento certo! Deixando claro que nunca nos devemos calar perante as arbitrariedades. Respondendo com a linguagem que os outros percebem.
Porque, se assim não fosse, um dia destes corríamos o risco de ganharmos o campeonato do bom comportamento... e os outros... o campeonato.
Ou seja, e parafraseando as palavras que Luís Filipe Vieira não terá dito, mas, por certo, pensou, sempre que estejam e causa os interesses do Benfica, é bom que os nossos adversários saibam que... se «querem guerra vão tê-la».
À Benfica e como as pessoas do Benfica gostam!
Só os burros falam de arbitragens
2. Nas últimas semanas, foram muitas as queixas apresentadas pelo Porto sobre as arbitragens dos seus jogos Dizem, agora, que «o Conselho de Arbitragem anda a brincar» e que «não há penalties para o Porto». Aliás, o seu presidente acredita mesmo que apenas haverá lugar a marcação de uma grande penalidade a favor deles «se partirem a perna ou arrancarem a cabeça». E, para provarem o prejuízo, apontam 12 lances.
Três contra o Chaves, para a Taça de Portugal. E, para o campeonato contra o Estoril (vitória por 1-0), contra o Guimarães (ganharam 3-0), contra o Boavista (ganharam por 3-1), contra o Arouca (vitória por 3-0). Ora, se estes não contam, porque os 3 pontos foram conseguidos, o que dizer dos empates com o Tondela e o Setúbal, a zero?
Que o problema é de quem falha tantos golos e não de quem não lhes dá mãozinha quase sempre num lance no fim do jogo.
Como convém, para ficar na memória, pois então!
Resta o empate com o Benfica. Então, jogaram como os melhores do mundo e só conseguiram empatar?
Não, a culpa não é dos árbitros. É da vossa ineficácia e - a tomar a sério o ostracismo a que foi votado - do... Herrera. E querem falar destes três empates porque, sem eles, já estariam em primeiro. E uma equipa à Porto (não sei se com ou sem apito) tem de estar em primeiro, porque, se não estiver, a culpa não é deles.
De todos poder ser, deles é que não!!!
Curiosamente, só não reclamam da existência prejuízos da arbitragem no jogo em que foram mesmo prejudicados: o contra o Sporting, em Alvalade.
Coincidências... ou será que não querem importunar o parceiro da aliança contra o Benfica? O mais engraçado de todo este ruído é que o Porto, no início desta época, afirmou que apenas se falaria em arbitragem quando o Benfica não ganhasse.
Já nem esse poder tem, o senhor, pois dantes, uma premonição sua era uma ordem lá para os lados de Contumil. Afinal, já não há a tese (e a moral) de que ganha quem é melhor?
Ora, as culpas dos árbitros apenas servem para alijar as responsabilidades de quem as tem.
É assim notório que existe uma estratégia de não valorização da sucessiva perca de pontos e de imputação a terceiros das responsabilidades pelos maus resultados.
E, é bom recordar, que no que diz respeito à eliminação pelo Chaves, a verdade é que, em cinco, falharam três penalties, mesmo após o adversário ter falhado o primeiro.
Ao Porto bastava, simplesmente, fazer o que lhe competia. Não se enganem: foram incompetentes - como o têm sido até agora!
O que - a par de outras eliminações - deixa o distrito do Porto sem equipas na próxima eliminatória da Taça de Portugal.
Que saudades devem ter os chitos (ou xitos?) e dos tempos em que uns telefonemas resolviam tanta coisa,... até títulos!!!
A lata dele (ou 'La lata del chico', em espanhol de... Alcochete)
3. Dizem que o principal problema do futebol português é o medo (voltando a parafrasear Ricardo Costa, antigo dirigente da Comissão Disciplinar da Liga, citação que - eu percebo - tanto os incomoda).
Ao medo, acresce, diria eu, um outro problema do futebol português: a memória curta.
Recentemente, no âmbito de um típico puxar de galões a si próprio, ainda que estivesse a ser discutida a importância dos seus actuais jogadores na selecção nacional, foi referido, pelo actual treinador do Sporting, que lá não estava nenhum jogador português do Benfica.
De facto, a memória só pode ser curta.
Porque... Bernardo Silva, André Gomes e João Cancelo foram jogadores do Benfica, como o foram Renato Sanches, Nélson Semedo e Gonçalo Guedes, quando ele era treinador do Benfica e não foram aproveitados por ele... vá lá saber-se porquê.
O que vale é que as entrevistas, agora, são em espanhol... e nós não percebemos nada.
Nem nós nem os espanhóis, para falar verdade (mas que é uma boa tentativa para ir para o Atlético ou para o Valência, lá isso é).
Se o ridículo pagasse imposto não chegavam... oito milhões de euros por ano!!!"
Rui Gomes da Silva, in A Bola
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