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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

A síndrome de Guimarães

"Benfica teve o peixe no anzol e deixou-o fugir. E ganhar ao Nápoles não é fácil...

O Benfica parece não ter levado a sério o que aconteceu ao Sporting, há quase dois meses, em Guimarães. Ontem, andava a equipa da Luz em alegre passeio em Istambul - podia, até, ter chegado ao 0-4 - quando um golo belíssimo (de PlayStation), marcado por Tosun, mudou o chip a todos os que estavam na Vodafone Arena, adeptos incluídos. O Besiktas descortinou então, ainda com 32 minutos para jogar, uma luzinha ao fundo do túnel, recarregou as baterias da esperança e cresceu no tapete verde, indo à procura de ser feliz. Um penalty desnecessário de Lindelof permitiu o 3-2 a Ricardo Quaresma (pela primeira vez não ganhou ao Benfica um jogo em que tenha marcado) e foi outro ex-portista, Aboubakar, a assinar a igualdade a um minuto do fim. Se, do ponto de vista meramente teórico, empatar em Istambul não seria um mau resultado, vendo como as coisas se passaram só pode ser visto como uma derrota para o tricampeão nacional.
Depois de 30 minutos iniciais em que foi uma tempestade perfeita, o Benfica não teve uma segunda metade de acordo com as necessidades e revisitou-se, em alguma desorganização e no exagerado espaço entre sectores, a pior fase da exibição em Nápoles. Os dois jogos com o Besiktas acabam por determinar a incerteza em que o Benfica chega à derradeira ronda, quando fez o suficiente para ganhar ambas as partidas e empatou-as. Mas as exigências dos tempos modernos não se compadecem de vitórias morais e aquilo que parecia certo - o carimbo no passaporte para os oitavos de final - está agora dependente, na prática de uma vitória em casa sobre o Nápoles, empresa difícil e exigente. O que aconteceu em Istambul deverá servir de lição ao Benfica, no futebol nada está garantido. E na Champions muito menos. Enfim, vamos ver se ninguém se constipou (nas contas de Rui Vitória), com este gigantesco balde de água fria..."

José Manuel Delgado, in A Bola

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