" «Eu gosto dos fãs mas não sinto que tenha obrigação de ser um exemplo para eles; não da mesma forma que um jogador de basebol ou de futebol americano. Não tenho de ser desportista, alguém com um comportamento que os outros devem seguir.»
Bob Dylan
Não acho bem bem mal o Nobel da literatura para Bob Dylan. Acho só óptimo tema de conversa, partindo dos argumentos básicos: é um letrista e não um escritor vs é um poeta. Eu acho que consigo manter ambas opiniões e passar a tarde a discutir comigo.
O que é verdadeiramente gracioso neste prémio é que ninguém perdeu por Dylan ter vencido. Não é a Bola de Ouro da FIFA, com a qual há um vencedor e pelo menos um derrotado, o segundo. O Nobel nasce dum mundo inteiro de alternativas. Quando anunciam o da literatura, aposto que todos os grandes escritores do planeta estão a dormir, a noite ou a sesta, sem quererem saber (o próprio Dylan, arrisco, também estaria a dormir...).
Assim, tentar classificar alguém capaz de vencer prémios musicais (Grammy), cinematográficos (Óscar), jornalísticos (Pullitzer) e literários (Nobel) é do mais difícil que pode haver, mas tentar desclassificá-lo, dizer que não merece este ou aquele, é ainda mais.
Fui procurar e parece que Dylan só escreveu uma música sobre desporto: Catfish, que o autor queria publicar no Desire,de 1976, mas acabou nas The Bootleg Series, de 1991, uma compilação de raridades, gravações perdidas, coisas por mostrar. A Catfish era sobre James Catfish Hunter, um jogador de basebol dos Yankees que se celebrizou nos anos 60 por se ter tornado o primeiro free agent multimilionário. A canção, essa, não era assim tão impressionante. Talvez por isso Dylan nunca ganhou nada que se veja no desporto. Lamentavelmente."
Miguel Cardoso Pereira, in A Bola
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