"Se me acusassem de pagar para que outros tirassem pontos eu, por mim, desmentiria imediatamente, de forma directa, frontal.
Benfica - Guimarães
1. Na sexta feira, mais de 60 mil na Luz. Nem o facto de ser dia de trabalho, nem o de o horário do jogo ser menos adequado (19 horas), impediu mais uma enchente de alma e mística benfiquistas.
Este Benfica e esta liderança de campeonato também se traduzem nesta onda vermelha que invade o Estádio da Luz e todo o país, de Norte a Sul, onde quer que o Benfica vá.
O colinho... dos adeptos!
Que, não obstante as manobras dilatórias a que já estamos habituados, viram um jogo bem disputado, com a equipa do Benfica a dar uma grande resposta a todas as contrariedades, inclusivamente às físicas.
Aliás, a equipa sempre deu grandes respostas nos momentos onde mais lhe foi exigido.
E contra o Vitória não foi excepção.
Soberbos na interpretação e na leitura do jogo, a responder às exigências que o mesmo impunha, traduzidos no espírito e na raça postos em cada lance, até ao último minuto.
Fomos, novamente, a equipa com mais remates, mas sobretudo aquela que quis realmente ganhar!
Perante um adversário fechado, com 5 defesas, o que tornou aquele jogo ainda mais difícil.
E, mais uma vez, fomos o justo vencedor!
Contra tudo e contra todos...
Contra o anti-jogo (simulação de faltas; longos períodos de tempo no relvado, por alegadas lesões, etc., etc., etc.), contra a provocação visando expulsões dos jogadores do Benfica ou contra as entradas muito duras.
Ou seja, uma tentativa clara de desestabilização e de interferência emocional contra os jogadores do Benfica.
Não seria suposto que todo esse excesso de garra e conflitualidade invadisse, teoricamente, uma equipa que já não tem a possibilidade de ir à Liga Europa e que já tem, há algum tempo, a manutenção na primeira liga assegurada.
Só lamento que todo esse excesso de garra existente na equipa do Guimarães, no jogo da passada sexta, contra o Benfica, não tenha sido uma constante ao longo de todo o campeonato.
Porque, assim, certamente estariam noutro lugar da tabela classificativa. Mas esta atitude não é caso único no campeonato português.
Todo o alarido e circo que se monta à volta dos jogos, e, depois, dentro das quatro linhas, em nada beneficia as equipas nem o futebol português. Uma postura que visa desestabilizar o adversário, a todo o custo. Vá lá saber-se porquê...
Coincidências da vida,... ou melhor, coincidências deste (final de) campeonato. Pois, desta vez, essa postura - já banal, a que temos que nos habituar - voltou a pairar sobre o Estádio da Luz.
Sérgio Conceição, após ter sido expulso do banco, e numa reacção de claro confronto e de certa picardia, foi exemplo disso.
E não adianta virem-me com justificações que, nesse jogo, era «mais fácil jogar sem o treinador no banco» ou que «Portugal vinha abaixo se empatássemos ou ganhássemos aqui».
Chega de manobras dilatórias e de estratégias bacocas! Chega de declarações que mais não passam de tentativas de condicionar a arbitragem, no futuro. Deixem-nos jogar!
E não me venham com a lengalenga do costume: que o Benfica está a tentar ganhar de qualquer maneira e que está a ter muita sorte.
De facto, tendo em conta o percurso do Benfica esta época, foi tudo uma questão de... sorte. Sorte em recuperar sete (!) pontos de atraso...
Sorte em chegar aos quartos de final da Liga dos Campeões... ou à final da Taça da Liga.
Sorte pelas lesões de Nélson Semedo, de Luisão, de Fejsa, de Lisandro Lopez, de Júlio César, de Gaitán, de Salvio...
Sorte por jogar contra equipas que fizeram connosco o jogo da vida delas...
Sorte por enfrentar linhas defensivas com imensos jogadores...
Sorte por ter do outro lado guarda-redes que se lesionaram frequentemente...
Como se tudo o que conseguimos se conseguisse só com... sorte!!!
O clássico dos outros
2. Um jogo do qual apenas retive, no final do mesmo, a declaração de que «se o Sporting for campeão será com inteira justiça».
O que demonstra, uma vez mais, a aliança entre os dois clubes, de que tantas vezes falei.
É evidente que, à semelhança do que aconteceu na época passada, em que os adeptos do Sporting queriam que o Porto ganhasse, os adeptos do Porto, este ano, querem que o Sporting ganhe.
Já os adeptos do Benfica, seja em que época for, querem sempre que o Benfica ganhe.
Mas o que dizer a outra declaração de que «o Sporting foi beneficiado em dois jogos... enquanto alguns o não foram só em dois...»?
Confesso que para além de não ser surpresa que os responsáveis máximos do Porto queiram e prefiram um Sporting campeão (pela tacanhez, porque se pensassem estrategicamente, seria outra a opção), não percebo o comentário feito aos beneficiários deste campeonato.
Nem parece que, lá no Dragão, ficaram por marcar duas grandes penalidades a favor da equipa da casa. Ou talvez não percebam - com a idade - que aquela derrota foi, apenas, a confirmação de que o fim vem mesmo a caminho.
E que, para o evitar, teriam que ganhar no sábado passado.
Mas que vai ser triste lá isso vai (mesmo que muitos vejam esse fim com um gáudio imenso...)
Benfica-Braga
3. Uma reviravolta à Benfica! Sem ter sido uma exibição brilhante, grande segunda parte do Benfica, após algumas rectificações efectuadas pelo treinador,... que não é treinador.
É evidente que após o golo, o Braga dificultou a criação de espaços ao Benfica.
Não obstante, pela capacidade que teve na reacção ao golo sofrido e pela forma como inverteu a história do jogo, o Benfica foi, de longe, a melhor equipa em campo e a única que realmente quis ganhar!
Uma resposta, portanto, com raça de campeão. Onde, para a história fica o sonho concretizado de Lindelof, de jogar ao lado de Luisão, com a camisola do Benfica e em pleno Estádio da Luz.
Segue-se a final, frente ao Marítimo! À procura da 7.ª Taça da Liga - em nove épocas de existência desta competição - que nunca ninguém quer ganhar, mas que, no final, todos querem ganhar.
A Taça que o Benfica sempre valorizou, ao invés dos seus rivais, que sempre (ou quase sempre!) a menosprezaram.
Na última final da época queremos, também, ganhá-la!
E em Coimbra, ao contrário do que querem fazer crer...
Seria uma maldade que faríamos ao futebol português, uma vez que daria a ideia de transacção e de negociata... se a aceitássemos jogar no Funchal. Que fique já marcada, lá, para próxima época.
Mas não a deste ano, porque... em negociatas os especialistas são outros!
Domingo, a penúltima final...
4. Já só faltam duas finais, mas ainda faltam... 180 minutos!!! Depois do jogo frente ao Vitória de Guimarães, na Luz, e de tudo o que correu em torno dele... e de outros... a próxima final para ganhar - com todo o respeito pelo Marítimo - é na Madeira.
Quero lá saber se, no último jogo, frente ao Estoril, pouparam 5 ou 6 dos seus habituais titulares. Temos que ganhar.
Mais nada!
Eu sei das estranhas coincidências do futebol português, de umas jornadas a esta parte.
Eu sei de que os últimos adversários do Benfica só têm uma preocupação - não sofrer golos.
Eu sei que com todas as suspeitas lançadas, ninguém vem desmentir nada. Talvez porque, no futebol português, não seja verdadeira a afirmação de que... quem cala, consente.
Por mim, se me acusassem de pagar para que outros tirassem pontos ao Benfica ou de me terem prometido pagar para que eu tirasse pontos ao Benfica,... eu, por mim, desmentiria imediatamente, de forma directa, frontal, determinada e sem que restassem quaisquer dúvidas.
Eu sei que - à excepção de Carlos Pereira, Presidente do Marítimo - ninguém fez isso antes.
Mas... só pode ser erro meu.
Talvez porque, no futebol português, ao contrário do que sucede no dia a dia, quem cala... não consente!!!
Ainda assim, não tenho dúvidas de que se pudessem trocar connosco, trocavam já hoje!
Por nós, temos de continuar iguais a nós próprios: lutar jogo a jogo, com o pensamento focado em cada final.
E no próximo domingo não será excepção.
Digam o que disserem, temos de ganhar, não é?
Então, que o seja.
Deixando a pele em campo, jogando no limite das nossas capacidades, para que se consiga ultrapassar mais um obstáculo.
À Benfica.
Leicester, campeão inglês...
5. Quase um conto de fadas! A equipa que, há 1 ano, lutava para não descer de divisão, sagrou-se, na passada segunda feira, campeã da liga mais competitiva do mundo!
A prova de que o querer e a ambição podem (quase) tudo.
Já agora, o que será mais difícil: o Leicester campeão de Inglaterra ou o Benfica Campeão Europeu, de novo?
Percebem, agora, porque podemos acreditar que poderemos voltar a sê-lo?
Para bom entendedor..."
Rui Gomes da Silva, in A Bola
KLÁP KLÁP KLÁ ....
ResponderEliminarBravo ,sem espinhas Dr Rui Gomes da Silva