"O presidente do Rosario Central, o clube argentino que vem negociando um jogador seu ora com o Sporting ora com o Benfica, confessou-se inclinado a dar preferência à proposta financeira do Benfica visto que do lado do Sporting o dinheiro lhe chegaria, disse ele, pela via de "um grupo de investidores de um país a que não estamos habituados". Aparentemente, o futebol argentino é um luxo. Nós, por cá, já estamos habituados a tudo.
Vítor Baía é senhor de uma imagem reverenciada pelos apaniguados do Porto, o que não espanta, mas também de uma imagem respeitada por adversários e rivais, o que já espanta um bocadinho em função dos fundamentalismos que campeiam no país do futebol a que estamos habituados. A verdade é que Baía alcançou um estatuto de sobriedade que não está ao alcance de todos. O antigo guarda-redes do FC Porto, do Barcelona e da Selecção Nacional entendeu recentemente alimentar as discussões em torno da viagem de Jorge Jesus da Luz para Alvalade, afirmando, em público, a existência de um telefonema do presidente do Benfica para o presidente do FC Porto com o propósito de se assegurar que a viagem em perspectiva não seria da Luz para o Dragão. A isto, o Benfica respondeu com silêncio e o Porto respondeu através do seu presidente com um desmentido formal e quase ofendido. O que colocou a opinião pública perante um dilema. Devemos acreditar em Baía ou em Pinto da Costa? Normalmente, um tal episódio telefónico só poderia ser considerado inverosímil, inimaginável sequer. Mas sendo Baía a falar, e logo um tipo sério e pouco dado a folclores como Baía, o alegado telefonema assume uma dignidade que, no mínimo, agita consciências. Cada um acredita no que quiser ou no que lhe for mais conveniente. Mas Baía é Baía. E se um dia o ouvíssemos explicar, em altas instâncias, a presença de um árbitro em sua casa para café e bolinhos por motivos de aconselhamento matrimonial, quem teria qualquer tipo de razão para duvidar da palavra do fidedigno e sereníssimo guarda-redes?
Ontem, a única crítica que ouvia Rui Vitória foi a de não ter deixado Mitroglou e Jonas em campo para tentarem o hat trick. São críticas que até dão gosto. Em resumo, o Benfica chegou ao intervalo a vencer por 3-0 e na segunda parte marcou mais três lindos golos. Foi o regresso a um país a que nos tínhamos habituado."
Leonor Pinhão, in Record
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